"Belíssimo texto!"
Acrescento, ainda, que aumentou, consideravelmente, o hábito de termos preguiça de ler e de pensar.
Textos edificantes são curtidos, sem que a grande maioria das pessoas os leiam.
Se tiver foto, torna-se mais importante, mesmo que o conteúdo da mensagem não seja absorvido.
A vida raciocinada é fundamental para o nosso crescimento interior.
Para a reflexão de todos nós!
"Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário.
Tudo é transitório.
Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato.
A sociedade está marcada pela ansiedade.
Reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook, Twitter, Instagram e outras redes sociais, não há desagrados.
Se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio.
Perde-se a profundidade das relações.
Perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar.
Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes.
As relações começam ou terminam sem contato algum.
Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito.
Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição.
Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido.
Vivemos um tempo de secreta angústia.
Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada.
O corpo se inquieta e a alma sufoca.
Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.
...Zygmunt Bauman...
Sociólogo polonês
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