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segunda-feira, 18 de maio de 2020

Do médico fisiatra António Raposo - Artigo do Diário dos Açores Conselhos de médico 36 - Lesão do Cristiano Ronaldo na final do Euro 2016.


Artigo do Diário dos Açores
Conselhos de médico 36 - Lesão do Cristiano Ronaldo na final do Euro 2016.

1 – “Entorse do joelho” / rotura do ligamento colateral medial (LCM) (“interno”).

2 – É a lesão do joelho mais frequente nos desportistas, mas também ocorre em múltiplas atividades laborais.

3 – A posição do membro inferior na altura da lesão é com o pé em apoio e o joelho em valgo (joelho para dentro). O peso do corpo é suficiente para desencadear a lesão, mas se existir uma contusão na parte de fora, que empurre o joelho para dentro (tal como aconteceu ao Cristiano Ronaldo na final do Euro 2016) ou se houver um traumatismo na parte de dentro do pé que o empurre para fora, qualquer destas manobras pode forçar demasiado o LCM e este sofrer uma rotura.

4 – As roturas dos ligamentos podem ser classificadas em 3 graus. Rotura mínima ou ligeira é de grau 1. Rotura parcial média é de grau 2. Rotura total é de grau 3.

5 – O diagnóstico é geralmente clínico. O exame físico correto, com os testes de stress em valgo (força o LCM) são a forma de avaliar a situação. Se não existir instabilidade (ligamento “largo”) é provável que a rotura seja de grau 1. Se tem “folga” é porque a rotura é de grau 2. Se existe uma grande “folga” / instabilidade e praticamente sem dor é porque se trata de uma rotura total, portanto de grau 3.
Não esquecer que este ligamento é composto por dois feixes, um superficial e outro profundo. Pode haver uma lesão parcial só num feixe e o outro estar intacto. É necessário efetuar uma manobra específica (valgo com o joelho fletido a cerca de 30º) para diferenciar a situação.

6 – Por vezes são pedidos exames complementares, mas só se justificam se houver dúvidas da existência de lesões associadas. Nesse caso solicita-se uma ressonância magnética nuclear.

7 - O tratamento depende do grau da lesão e do tempo de evolução. Em qualquer caso a primeiras medidas a tomar deverão ser: RICE (Repouso, Ice (gelo), Compressão e Elevação). No caso da rotura de grau 1 ou 2 a fisioterapia estará quase sempre recomendada. A imobilização com tala pode ser indicada nos casos de grau 2 se houver uma instabilidade significativa. No grau 3 uma imobilização deverá ser aconselhada e a cirurgia ortopédica poderá ter proposta no caso dos atletas. Em qualquer dos casos um correto plano de recuperação é imprescindível para evitar a recidiva e o aparecimento de novas lesões associadas.

Nota: A questão principal que se coloca nas roturas do LCM é a de saber o grau da lesão e se existem ou não outras lesões associadas.

António Raposo, médico fisiatra.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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