(24 de outubro de 2010)
Portugueses de cá e de lá
Sem ser chauvinista, longe disso, gosto de falar de nós portugueses – no seu todo -, desde aqueles que emigraram aos que se encontram no próprio país. Tem sido através da internet – facebook o principal foco – que tenho reencontrado amigos, conhecidos e outros que são apenas portugueses, mas que, muito embora não fazendo parte da minha lista de interligação, merecem a maior respeitabilidade.
De portugueses de cá, assisti no Clube Português de Niterói a uma festa da Beira Alta, participando um grupo de folclore que se deslocou expressamente para estar presente neste encontro que contou com a adesão de muitos conterrâneos, incluindo alguns açorianos desde há muito radicados no Estado do Rio de Janeiro. Foi, sem dúvida, por via das cavaqueiras que mantivemos e pela expressão da música beirã, uma festa inolvidável, vivida com esfuziante alegria por todos os portugueses que ali se concentraram no enorme salão do Clube Português de Niterói, um dos mais bonitos da região. Depois do desfile do grupo folclórico e da sua respectiva actuação, lá veio, para um apetecido pé de dança, música dos anos 60, interpretada por um conjunto local, também ele formado apenas por descendentes de portugueses. Mas, antes, não faltou o hino nacional de Portugal. E aqui a saudade bateu mais forte. Vimos alguns rostos banhados de lágrimas, o meu também porque, na verdade, sinto a ausência da terra, da família, dos amigos, enfim, de todos aqueles que me rodearam ao longo de muitos anos.
LISBOA 1 – Ele é um açoriano dos sete costados. Por onde passa, deixa o perfume da nossa região, da nossa terra, a ilha Terceira. Um cantor-compositor que muito cedo se impôs no panorama musical português, inclusive em programas televisivos na qualidade de apresentador. Hoje, acompanho a par e passo o Portugal Sem Fronteiras para ver o nosso comum amigo Carlos Alberto Moniz. Um grande apaixonado pela Festa Brava, um grande benfiquista, um grande sportista (Sport Angrense), enfim, um GRANDE entre os GRANDES do nosso musical, da nossa televisão. É isto mesmo: “o Sol preguntou à Lua”.
LISBOA 2 - De portugueses de lá, outra presença que me fez recordar uma das minhas passagens por este jornal. Refiro-me a Joaquim Coelho Figueiras que foi treinador do União Desportiva Praiense e com quem, à semelhança do que se verificou com muitos outros agentes desportivos, mantive uma sã amizade. E foi exactamente através de A União que Coelho Figueiras me descobriu, desconhecendo, porém, a minha vivência no Brasil, visto que a última vez que mantivemos contacto eu estava a residir na Figueira da Foz. Isto aconteceu em 2002, após ter estado em Coimbra no ano de 2001. São reencontros pela net que nos leva a dizer que o mundo é cada vez mais pequeno, isto é, que estamos cada vez mais perto uns dos outros, sempre actualizados em relação ao que se passa em torno das nossas vidas. Este foi o mais recente comentário que recebi do velho amigo, ex-treinador do União Praiense: “Meu bom amigo, os seus comentários, já por si, são um legado para o futuro. Por isso, com a ajuda de Deus, irá muito para além dos 50. Quero continuar a ter o prazer de ler o que nos transmite, fazendo recuar-nos no passado e ter esperança num futuro melhor. Bem haja amigo. Um forte abraço”.
FAIAL - Agora desviando a rota, vou parar o Faial – que sempre considero a minha “segunda ilha” em função do tempo que por lá passei –, deparo-me com Manuel Alberto e posteriormente o inevitável Manuel Lino, dos mais sinceros amigos que por lá encontrei. De Manuel Alberto, também registo, com puro sentimento, este desabafo: ”Parabéns caro amigo. Ontem (dia 13) foi-me de todo impossível vir ao PC, mas não esqueci, em especial os tempos em que trabalhamos juntos no Futebol Cube dos Flamengos. É uma pessoa que me marcou. Desejo sinceramente que tenha passado um excelente dia. Muitas, muitas repetições. Força aí. Fique bem! Um grande abraço!”.
ESTADOS UNIDOS – Lúcio Santos foi meu jogador nos juvenis do Lusitânia. Uma promessa do nosso futebol mas que, inteligentemente, optou por emigrar para os Estados Unidos, residindo no Estado de Massachusets. Também foi através da minha presença em A União que voltamos a comunicar e, recentemente, enviou-me um email revelando o seu desagrado pela política que se vive em Portugal. Aliás, nesse sentido, todos nós, que acompanhamos o quotidiano do nosso país, estamos desiludidos. Quanto tempo mais? Que venha uma lufada de ar novo.É assim que somos.
Nós açorianos temos o condão de ser reconhecidos pelo facto do coração falar mais alto.
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