QUEM ME DERA...
Quem me dera que na estrada longa da vida, existisse sinais que me pudessem orientar para os perigos iminentes...
Quem me dera que houvesse sentido proibido para o cinismo, a agressão, o ódio, a intolerância...
Quem me dera que houvesse sentido obrigatório para a justiça, o respeito, o perdão, a solidariedade...
Quem me dera que houvesse aproximação de sentimento com prioridade. O Amor seria o sinal stop para a inveja, a hipocrisia, a frieza de sentimentos, a maldade...
Quem me dera que houvesse um sinal de sentido único para a libertação de todo o tipo de escravidão.
Quem me dera que o nosso percurso na estrada da vida, pudesse ser um verdadeiro labirinto, mas sem jamais nos sentirmos confusos ou desprovidos de alento, sem jamais nos encontrarmos num beco sem saída...
Quem me dera possuir a destreza de ter conhecido determinadas pessoas mais cedo, no vigor da minha juventude. Quem me dera ter conhecido outras pessoas bem mais tarde e por breves momentos...apenas o tempo suficiente para saber que não as quero na minha vida.
Quem me dera poder decidir sobre tudo na minha vida, e nunca esbarrar nas pessoas que nunca fizeram parte dos meus planos, aquelas que jamais desejaria encontrá-las...
Quem me dera poder navegar na imensidão deste mundo, vencer a espera do que não se sabe, acompanhar o ritmo imprevisível que limita os meus ideais, o meu eu, o meu tempo...
Quem me dera ter uma varinha de condão que permitisse eu ficar sentada a esperar pela cobiçada paciência, desejar que tudo aconteça sem pressa. Fazer com que a minha angústia desapareça, sem me sentir bloqueada pelas consequências da pressa que, de tão sórdida, por vezes, induz-me a avançar, prosseguir, mas o meu coração na sensatez da razão, direcciona-me para o perfeito, o certo, o mais provável daquilo que só se conquista a seu tempo.
Com o tempo, tornei-me mais vulnerável na espera, mas mais sensata nas decisões, mais sábia a lidar com situações difíceis e incongruentes, sem ter que me envolver em opiniões alienadas e conclusivas de pessoas que mal conhecem o agir do tempo...
Quem me dera manter sempre a esperança, aquela que me faz perceber que, o tempo é o amigo íntimo da paciência que traduz as minhas vontades e permite-me vencer a distância daquilo que tanto almejo ter e ser...
Quem me dera...
09.08.2020
Graziela Veiga
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