SETEMBROS
Setembro chega fresquinho,
Mas mimoso “de verdades”,
Leva-me ao meu cantinho
Para matar saudades.
É mês da minha estima,
Carinhoso, me empresta
O mimo d’ir à vindima
Antes de chegar a festa.
Primeiro desço ao mar,
Pelo prazer que me toca
De me ver a mergulhar
Noutra gostosa banhoca.
O sal do mar traz a cura
Às minhas velhinhas dores,
Depois a uva madura
Cai-me cá de mil amores.
Vou do banho p’rá adega
A convite do meu povo;
Tolo aquele que nega
Um brinde ao vinho novo.
Setembro, minhas raízes
Cheiram a festa rural...
Gostam de nos ver felizes;
Boa pinga não faz mal.
Setembro sabe-me bem,
Traz-me sempre simpatia.
A sua magia tem,
Logo no primeiro dia,
Um sabor que me convém:
Sabe-me a nostalgia.
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