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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Da escritora Graziela Veiga - COMO DESEJO SER LEMBRADA...


COMO DESEJO SER LEMBRADA...

Todos nós, mais ou menos, gostaríamos de ser lembrados aquando a nossa passagem terrena. E como eu não sou excepção, também gostaria de ser lembrada. Quando eu partir, gostaria de ser lembrada com amor por aqueles a quem fui querida, um dia...e, por favor, não deixem de falar sobre mim, porque aonde eu estiver, ficarei feliz.
Para os amigos e família que comigo partilharam os melhores momentos, podem citar os meus nomes nas brincadeiras,(Graciete e Graziela), naquelas situações inusitadas que provocaram as mais variadas gargalhadas. Quero ser lembrada como se continuasse ali...
Só não gostaria que chorassem, pois quando as vossas lágrimas rolarem, sentirei saudades de mim.
Gostaria de ser lembrada pela minha filha com o mais belo sorriso que ela alguma vez viu...quero que ela saiba que fui muito abençoada pelo facto de ser a sua mãe. Quero ter a minha história perpetuada e a sua descendência prolongada, pois lego-lhe uma missão. Quero que a minha filha saiba amar sem interesse, transforme o choro em riso, escreva a sua história com inteligência, garra e amor. Quero que saiba dar um presente para o bem futuro e quando repensar, assim verá construída uma vida que por Deus foi criada e por ela cuidada.
Quero que a minha filha saiba que é fruto de muito amor, doação, e veja a sua existência condecorada.
A minha vida tem sido corrida, mas em cada batida do meu coração, há uma história para ser lembrada, mesmo vivendo num mundo que, na minha opinião, deveria ser melhor. Porém, nunca quero perder a oportunidade de me sentir útil e pensar que, um dia, em algum lugar, fiz alguém feliz.
E a vida? É nela que me tenho aventurado para acreditar que a felicidade existe. A minha vida vai muito para além da minha aparência. Sou sentimento, intensidade, delicadeza, guerreira, suavidade e por vezes, força. Penso com o coração, ajo pela emoção e venço pela persistência. Tenho a mania de viver muitas emoções num só dia, porém transmito-as num único gesto, apenas o olhar.
Quero ser lembrada como aquela mulher que persistiu, nunca desistiu. Aquela que soube ser discreta e entendida nalguns casos, que soube ser delicada e rígida, vulnerável e intocável. A mulher que não aceitou meio termo, ou foi tudo ou nada. Afinal não fui tão complicada como alguns pensam, mas também não tive nada de simples, pois a minha vida, toda ela, foi muito preenchida...uma vida de luta...
Se calhar, quero ser lembrada por aquela mulher que não teve definição, descrição, limitação. Fui única, pois cada mulher é uma emoção, sensação, coração. Também fui um enigma, uma surpresa, uma lembrança e uma herança.
Quero ser lembrada como uma mulher especial e insubstituível, com os meus próprios gostos e opiniões, com a minha maneira de ser, as minhas manias, qualidades e defeitos...
Quero ser lembrada pelo meu sorriso, terá sido o responsável por alguma beleza no meu rosto.
Pretendo morar eternamente no coração de todos aqueles que eu amo e que me deixaram amá-los tal e qual são, pois aquele que se sentir amado, não ficará indiferente.
Que a lembrança do meu sorriso, desperte bons corações.

01.09.2020
Graziela Veiga

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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