"Coisas de fim de tarde Beirã"
Entardece na Beira...e o sol bate dourado no telhado em frente...sombras aqui e ali, transformam as coisas, em inventadas coisas...
Os barcos no lago ancoraram , porque a quietude da aragem , não os deixa navegar....hei-de arranjar-lhes um nenúfar, para descansarem..
A Glicinia está mais folharuda que um campo de milho crescido...pintalgada de lilás...
Mr.Sunday espreguiça-se pelos degraus...ronronando num crescendo ...
Parece rola....
As horas minguam no relógio, espelhando-se nas cores do céu, entremeado de amarelo azul e branco...
Cresce na tarde um som que a palavra não diz...
Ladra o cão do vizinho à pequena lua que já se mostra...
Bate o sino...
São trindades...
O ar prepara-se para a noite, alimentando sossegos...
Uma rosa de tom claro, desembaraça-se da gravidez da terra e enfeita emproada o meu pé de bananeira que só cresce....
Só cresce...
Bananas?
Sonho-as!
Tenho da Beira, este sentir de quem sente o que lhe vai por dentro e se acrescenta por cada coisa que nasce, ou morre a cada momento...
Embora aqui tudo seja sempre outra coisa...
O respirar da vida a fazer nascer outro dia...
Gosto deste tempo aqui assim, meio perdido, nos confins do mapa..mas por onde vivo e que me relata e retrata...
Não fora o mar longe e a maresia que habita o búzio que sobre o prato de vidro, vou carregando comigo...assim uma mulher talhada a golpes de maré, escutando o sotaque da serrania, para saudar o amanhecer da vida!
Bom fim de dia !
Fiquem bem!
Maria Azevedo!
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