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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Conferência na nossa Confraria Cultural Brasil - Portugal



Na reunião mensal da nossa Confraria Cultural Brasil Portugal

Festas juninas em Portugal

Nesta quarta – feira, e como acontece mensalmente, a nossa Confraria Cultural Brasil – Portugal reuniu com os seus membros efetivos e respectivos convidados, tendo como tema as Festas Juninas em Portugal, tendo sido palestrante a membro da CCBP, Lúcia Rodrigues (na foto) que, na circunstância,
também se debruçou sobre a recente vitória de Portugal na Eurocopa. Acresce que Lúcia Rodrigues já acompanhou em Portugal, concretamente em Évora, umas Festas Juninas.

Marlene Gandra com a palestrante Lúcia Rodrigues
Vejamos um historial das Festas Juninas:

As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-los decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três santos no mesmo mês", diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em Portugal é comum o tempo quente, o aroma de sardinhas assadas, as pessoas trajando figurinos típicos do calor, casais permutando vasos de manjericão. Aí este evento é conhecido também como a Festa dos Santos Populares, comemorada durante o verão, e não no inverno, como no Brasil. As ruas são decoradas com motivos próprios desta tradição cultural e alguns se vestem de forma especial para dançar as tradicionais marchas portuguesas.

Esta festa foi considerada em 2009, uma das 20 melhores celebrações dos países europeus. Na Alfama, conhecido bairro português, é possível degustar ginjinhas – bebida preparada com a ginja, uma fruta similar à cereja – e licor de cereja. Vários turistas são atraídos para estas festividades, pela possibilidade de vagar livremente pelas ruas.

Há alguns anos atrás eram comuns as procissões, as quermesses nas ruas, bailes e grandiosos jantares. Algumas destas tradições ainda são cultivadas nas cidades portuguesas, embora haja algumas distinções entre as comemorações no interior e nas metrópoles. Geralmente, porém, os festejos ocorrem ao ar livre. Em Lisboa o foco central é o dia 13 de junho, quando se festeja Santo Antônio, embora o padroeiro da capital seja, na verdade, São Vicente. Isso não significa que durante todo este mês não se possa encontrar outras festas e eventos culturais.

Em Portugal, porém, Santo Antônio não é apenas o santo casamenteiro. Ele é jovial e divertido, e é habitual recorrer-se a ele para tudo, embora neste país sejam famosas as Noivas de Santo Antônio, tradicional festa na qual inúmeros matrimônios são realizados. Na capital portuguesa é comum a produção de um grande casamento, exibido ao vivo pela televisão.
Os famosos vasinhos de manjericão estabelecem um intercâmbio entre os apaixonados. Eles transportam em seu interior mensagens em verso, declarações de amor que circulam entre os pretendentes. Outro ponto alto da festa são as marchinhas populares, mais ou menos atuais, instituídas a partir de 1932. Elas remetem às festas dos aldeões portugueses e suas celebrações da Primavera. Estas músicas resgatam, de certa forma, os traços rurais tão esquecidos pelos moradores das cidades.

Aos poucos as marchas portuguesas tornaram-se mais trabalhadas, recebendo até mesmo influências decisivas do Carnaval Carioca. As competições interbairros tornaram-se tão disputadas quanto as que se realizam no Rio de Janeiro, entre as escolas de samba.
Em Portugal, estas festividades, genericamente conhecidas pelo nome de "Festas dos Santos Populares", correspondem a diferentes feriados municipais. Nas cidades do Porto e de Braga em Portugal, o São João é festejado com uma intensidade inigualável, sendo que a festa é, à semelhança do que acontece no Nordeste do Brasil, entregue às pessoas que passam o dia e a noite nas ruas das cidades, que são autênticos arraiais urbanos.

As fogueiras de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados (como o casamento fictício no baile da quadrilha e na tradição portuguesa) são costumes ainda hoje praticados em festas de São João europeias. É ainda costume a realização de fogueiras onde o combustível é o rosmaninho.

A dança de fitas é muito comum em Portugal e na Espanha.

São Pedro da Afurada é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Vila Nova de Gaia. O seu santo padroeiro é o São Pedro. A sua festa principal é o S. Pedro da Afurada.
Gente de grande devoção, todos os anos os pescadores prestam a devida homenagem ao Santo, com toda a pompa e circunstância onde para além das cerimónias religiosas não falta a tradicional sardinha assada com a típica Broa de Avintes e o Fogo de Artifício. Esta festa atinge o seu auge, aquando da saída da procissão, cujos andores transportam imagens de Santos e Santas de tamanho natural seguidos pelos seus fieis devidamente trajados com as tradicionais vestes das gentes da pesca.
À passagem defronte ao Rio Douro, procede-se à bênção dos barcos acompanhados pelo toque das sirenes e morteiros. Fica na margem esquerda {Sul} do rio Douro, na margem direita do rio Douro {lado Norte} localiza -se a cidade do Porto.

Durante as Festas de S.Pedro da Afurada, são colocadas na Praça de S.Pedro as imagens da Nª Srª de Fátima, Nª Srª do Carmo (Padroeira dos Homens do Mar) e de S. Miguel o Arcanjo. A Imagem de S.Pedro (Padroeiro dos Pescadores) é permanente neste local, pois aqui existia a antiga Igreja da Afurada, cuja fotografia está patente no restaurante "A casa do pescador" mesmo ao lado deste largo. Essa Igreja foi destruída pelas enchentes do Douro.

http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/festas-juninas-cultura-paga-cristianizada/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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