Acompanhei de perto a polémica que envolveu o comentador taurino Duarte Bettencourt e a Tertúlia Tauromáquica Terceirense, entidade que fez censura, impedindo que Duarte Bettencourt comentasse para o site Califórnia Taurina as corridas das Sanjoaninas-2015.
De fato, o argumento da TTT é de bradar aos céus e citamos: “seus forcados recusam pegar toiros se as touradas forem comentadas por Duarte Bettencourt” Ora, se esta moda pega no futebol, por exemplo, um jogo não se realizaria enquanto não saisse o cronista visado pelo clube visitado, aquele que tem o mando do campo. Claro que isso jamais irá acontecer. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Mas esta dos forcados denota uma falta de bom senso. E eu que tenho um enorme respeito por essa gente, pela sua disponibilidade e entrega nas touradas, não esquecendo, obviamente, os riscos que correm.
Nós todos lutamos em tempos idos contra a abolição da censura (o que se verificou após o 25 de abril de 1974) e deparar agora com este cenário é caso para se dizer que esse estatuto adquirido com luta de muitos anos, merece o maior respeito. Se os anteriores comentários (se é isso que está em causa) de Duarte Bettencourt não agradaram, há outras formas, creio que as mais corretas, de as rebater, por exemplo, a via utilizada pelo próprio Duarte Bettencourt para denunciar o ato, neste caso o DI. De resto, e para reforçar a nossa discórdia, Raquel Ferreira, vereadora da autarquia angrense, negou qualquer responsabilidade da câmara nesse ato de censura para com Duarte Bettencourt. E mais: a autarquia pagou os direitos de imagem para utilização de toda a comunicação social. Isto diz tudo.
Conheci Duarte Bettencourt como atleta e acompanhei-o, em anteriores Sanjoaninas através dos comentários feitos para a VITEC. Todos nós temos uma pontinha de polémicos (uns mais do que outros, evidentemente) e Duarte Bettencourt não foge a este estigma. É a sua forma de ser e de estar que tem que ser tida em consideração. Quem discordar dos seus comentários, também tem o direito de os rebater pelos veículos próprios. Censura, jamais!
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