A família dos Capaz(es)
Não restam dúvidas que a família Capaz, oriundos da
cidade da ilha do Faial, regista uma interessante passagem pelo futebol,
nomeadamente esta modalidade, porque há um Capaz, que emigrou para os Estados
Unidos ou Canadá (aqui me fica a dúvida), concretamente o Dionísio Escobar
Capaz (que
representou o Lusitânia no futebol no posto de lateral-direito), que
praticou várias modalidades desportivas, entre as quais o atletismo onde
representou a Terceira nos Jogos Desportivos Açorianos (1958, no Faial) e foi o
único da seleção terceirense que venceu duas provas, o que quer dizer que foi
“profeta na sua própria terra”. Vimo-lo, inclusive, em pleno Estádio da Alagoa,
chorar de alegria. E o pai, também de nome Dionísio, foi um dos bons árbitros
que passou pelo futebol da ilha Terceira. Creio que era motorista da Empresa
Viação Terceirense. Se estiver errado, desde já apresento antecipadamente as
minhas desculpas.
Dessa
família Capaz, tive contato no Faial com Cândido Capaz e o seu filho Renato que
acabaria por ser meu guarda-redes no Futebol Clube dos Flamengos quando assumi
a dupla tarefa de diretor-técnico e treinador, fato que remonta a 2004, uns
meses antes de vir para o Brasil. Sempre mantive as melhores relações com esta
família. Acresce que o Renato, inclusive, passou algum tempo na ilha Terceira e
creio que foi funcionário da Foto Íris. Um bom guarda-redes, mas com aquele
pequeno senão de quem não gostava de ser suplente, aliás, como todos os que
ficam no banco, alguns por muito tempo, “calejando a bunda”, como dizem os
brasileiros.
E,
por fim, temos o Tenente-Coronel Vasco Capaz, pai da Sónia e do Nuno Capaz,
dedicados ao basquetebol. O Tenente-Coronel Vasco Capaz sempre foi uma pessoa
de contar, revelando-se sempre um militar correto, fazendo-se respeitar e respeitando
os subalternos. Com 35 anos de serviço militar, por onde passou pela Academia,
Vasco Capaz foi preparador físico do Angrense na época em que os “encarnados”
da Rua de São João tinham como treinador o falecido Luís Manuel Linhares
Coelho, vulgarmente conhecido por Airosa.
Porque
parar é morrer, Vasco Capaz, mesmo na reforma, mantém atividade física, apoia o
Banco Alimentar, Lions, Assembleia Municipal e Coro da Sé. Claro que ainda deve
ter mais uma ou outra atividade. Como diz a filha, “o homem não pára”. E
folgamos por isso porque, nesse sentido, olhamos para o nosso próprio espelho.
É
assim, pois, o pequeno retrato da família Capaz(es).
Do Azores Digital - Uma viagem ouvindo John Lennon
Uma vez que ainda se comemora os 50 anos de carreira dos Beatles, entendi
trazer à estampa este artigo que publiquei em tempos idos, relacionado com uma
viagem que efetuei á Alemanha.
Quem me conhece, sobretudo aqueles que me têm acompanhado neste meu trajeto
jornalístico – e não só -, sabe que pauto a minha postura pela pontualidade.
Não gosto de fazer ninguém esperar, prefiro o inverso, ou seja, ser eu a
esperar por alguém em algum encontro aprazado com antecedência. E nesta área do
jornalismo já aconteceram muitos casos semelhantes, entendidos no género de
“quem precisa espera”. Devia ser cinquenta-cinquenta, todos precisamos uns dos
outros nesta coisa de comunicar e consequentemente divulgar. Muitos entendem
que só a mídia precisa das suas notícias, das suas entrevistas e por aí fora.
Na minha ótica (e creio que não estou errado), não é bem assim.
Quando viajava regularmente entre ilhas, Açores-Lisboa-Açores e estrangeiro,
nomeadamente para os Estados Unidos e Canadá, as mais frequentes, sempre
cheguei aos respectivos aeroportos nos horários estipulados pelas companhias
então utilizadas. Porém, numa viagem para a Alemanha, a primeira a convite do
meu querido amigo Carlos Borba para acompanhar o Festand na cidade de Immenstad
(sul da Baviera, a três horas de distância de Munique), tive como companheiro
esse extraordinário atleta de nome Paulo Massinga (por onde anda ele?) que
também foi participar no dito Festand (evento internacional dedicado à
modalidade de atletismo). Para me apanhar no hotel via aeroporto internacional
de Lisboa, o Massinga já chegou um pouco atrasado contra a minha vontade, mas
sempre deu para nos mantermos no horário para efetuarmos o check-in, apesar da
fila ser enorme, visto que o avião com destino a Munique estava lotado. Mas
aqui o “pior” estava para acontecer. Já com a chamada para o embarque, o Paulo
Massinga decidiu-se por ir para o telefone falar com a namorada e eu à espera
que ele se despedisse da noiva para nos dirigirmos para a sala de embarque.
Continuou o taran-tantan-tantan (amoroso, claro) e, a dado momento, uma chamada
de urgência pela sonora do aeroporto: “passageiros senhores Carlos Silva e
Paulo Massinga, façam o favor de comparecer na sala de embarque”. Aí é que fui
aos arames, como sói dizer-se na gíria popular. Blasfemei entre dentes e acabei
mesmo por ir puxar por um braço do Massinga para seguirmos até à porta 14,
salvo erro. Aí outra surpresa: um autocarro vazio à nossa espera, o que significa
que o avião atrasou uns minutos por culpa dos dois passageiros que estavam em
falta na lista de embarque. Quando entrei na aeronave reparei, desde logo, no
descontentamento dos passageiros e por esse fato andei rápido para o meu lugar,
peguei nos auscultadores e, por sorte minha, John Lennon cantava Imagine, uma
das minhas músicas preferidas. Deu mesmo para relaxar e não ouvir os
comentários das outras pessoas próximas. Quantos nomes feios nos foram
dirigidos? Acredito que muitos. Em alemão passava ao lado, mas as dos
portugueses... Imagine-se... Eu imaginei a ouvir John Lennon a cantar Imagine.
Sem comentários:
Enviar um comentário