
Tenho sempre uma forma “sui generis” de idealizar o que pretendo trazer
à estampa, no Splish Splash, em A União e outros. Não é “segredo de estado”,
mas, sinceramente, não gosto muito de revelar essa minha forma de actuar. Não
tem nada de mágico. Longe disso.Estava no Youtube à procura de canções
conhecidas do Rei Roberto Carlos quando, a dado passo, deparo-me com a célebre canção das baleias. Que bonito! Que sugestivo! É verdade, as baleias. Lembro-me, para recuar no tempo, do filme português “Quando o mar galgou a terra”, tendo parte dessa película (do amor que aflorou entre um arpoador de baleias e uma mulher que trabalhava na terra) sido realizada na freguesia das Capelas, ilha de São Miguel, arquipélago dos Açores. O sinal de baleia perto era dado através de um foguete. Depois, era um corre-corre para os denominados botes baleeiros, seguindo-se a luta titânica entre os homens e o mamífero, situação por vezes assustadora quando a baleia erguia a cauda.
conhecidas do Rei Roberto Carlos quando, a dado passo, deparo-me com a célebre canção das baleias. Que bonito! Que sugestivo! É verdade, as baleias. Lembro-me, para recuar no tempo, do filme português “Quando o mar galgou a terra”, tendo parte dessa película (do amor que aflorou entre um arpoador de baleias e uma mulher que trabalhava na terra) sido realizada na freguesia das Capelas, ilha de São Miguel, arquipélago dos Açores. O sinal de baleia perto era dado através de um foguete. Depois, era um corre-corre para os denominados botes baleeiros, seguindo-se a luta titânica entre os homens e o mamífero, situação por vezes assustadora quando a baleia erguia a cauda.
No meu tempo de criança, parava muito num sítio
chamado Adro Santo, freguesia do Corpo Santo do Bairro Oriental da cidade de
Angra do Heroísmo. Ali, vislumbrava a imensidão do mar, percorrida entre o
Monte Brasil e a ponta final do Porto Martins, creio eu. Por ali também parava,
naquele que era o seu quotidiano, o Tio Bernardo com os seus famigerados
binóculos. Ele que também adorava ver mais de perto o que pelo além se
movimentava naquela extensão de mar. Normalmente, pedia-lhe para usar os
binóculos com o fito de ver passar alguma baleia daquelas que regularmente
cruzavam o grande espaço do arquipélago dos Açores, maior incidência para os
lados da ilha do Pico, onde reza a história de grandes baleeiros e onde ainda
hoje também existe o “museu da baleia”
Numa bela tarde, estava com o Tio Bernardo no Adro
Santo e, de repente, esse velho senhor, de uma extrema cordialidade, salta um
grito de surpresa: olha um mamífero a entrar na baía! Ainda questionei: uma
baleia? O Tio Bernardo ficou indeciso para a resposta, mas, de imediato, passou
informação para Augusto Ávila que, reunindo a sua tripulação (quase todos
paravam no mesmo café), conseguiu trazer o mamífero até ao Porto das Pipas.
Foram muitos os braços puxando a corda que amarrava aquele enorme bicho, de
toneladas de peso e com 7,32 metros de comprimento. Não se tratava de uma
baleia, mas sim de um albafar que deu à costa por se encontrar ferido. Escusado
será dizer que, durante alguns dias, até ao momento em que foi derretido para
fazer azeite, o albafar foi visto por centenas de pessoas da ilha.
E termino este artigo (matéria para os
brasileiros), ouvindo mais uma vez Roberto Carlos cantando “As Baleias” (1981).
Neste vídeo, o King, mais jovem, cruzando o mar como um autêntico marinheiro,
de cara exposta aos ventos. A voz dos ventos, fazendo eco de uma canção que
fala muito mais de amor.
Nota final - Não foi preciso usar binóculos para
alinhavar este artigo. A inspiração, essa, veio da voz de Roberto Carlos.
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