A TIA BEATRIZ DOS CÃES
Há vários
exemplos para definir cão. Optamos por estes:
Quadrúpede carnívoro digitígrado e doméstico.
Peça de percussão nas armas de fogo portáteis.
Cada um dos dois ferros que ladeiam o lume na chaminé.
Pedra de ressalte nas paredes para suster balcões, etc.
Peça de madeira que vem da calha à mó do moinho.
Quadrúpede carnívoro digitígrado e doméstico.
Peça de percussão nas armas de fogo portáteis.
Cada um dos dois ferros que ladeiam o lume na chaminé.
Pedra de ressalte nas paredes para suster balcões, etc.
Peça de madeira que vem da calha à mó do moinho.
[Figurado] Homem desprezível.
Homem muito severo.
[Popular] Calote.
[Antigo] Certa peça de artilharia.
cão de fila: o mesmo que cão de guarda.
[Informal] pessoa que defende algo ou alguém de maneira servil.
cão de guarda: cão, geralmente agressivo e de grande porte, que se destina à proteção de pessoas e bens. = CÃO = DE FILA
[Informal] cão e gato: duas pessoas que estão em conflito permanente (ex.: eles são cão e gato).
[Informal] de cão: muito difícil de suportar (ex.: foi um dia de cão).
Antes de entrarmos diretamente no assunto a que nos propusemos para a feitura deste artigo, no serviço militar usava-se muito este termo: está um dia cão ou foi um dia cão. O dia que decorria e/ou o seu términus em termos de serviço.
Ora, esta estória não deixa de ser mais uma com o seu quê de interessante e de alguma nostalgia. E porquê? Lembrei-me da dita estória pelo fato de, aqui no Brasil, o cão ser um dos animais de maior estimação. Muitas são as casas que têm cães de raça. É só vê-los passear nas ruas com os seus donos (masculinos e femininos). E o curioso de tudo isto é que, normalmente, são chamados de “nenezinhos”, como, de fato, de uma criança se tratasse. Neste pormenor, os brasileiros fazem parte do núcleo dos paradigmáticos, o que não significa, por outro lado, que não haja cães abandonados.
Em tempos de outrora, havia uma senhora que morava na Rua dos Canos Verdes, conhecida pela Tia Beatriz. Uma senhora franzina (era só roupa no cabide) e que, todos os dias de manhã (por vezes também à tarde) saia com os seus quatro cães atrelados, daí que passou a ser conhecida, esta continental que veio residir para a ilha Terceira, pela Beatriz dos cães. Era, na verdade, uma pessoa que irradiava alegria, sobretudo quando acompanhada pelos seus fieis amigos. Sempre parava a falar com a vizinhança e pessoas amigas. Quando ela punha os pés na rua, com os cãezinhos na trela, logo se comentava: lá vem a Beatriz dos cães!
Manda a verdade dizer, e para encerrar, que a Beatriz se tornou numa figura popular pela forma em como tratava os cães. E quantas vezes ela desceu a Rua da Sé com os quatro na trela? Foram muitas. E toda a minha gente lhe achava graça, por ser uma senhora já de idade, vinda do continente, e que tinha sempre no seu rosto um sorrido de felicidade. E essa felicidade se tornava mais saliente quando se fazia acompanhar dos seus quadrúpedes domésticos. Também carnívoros e digitígrados. Só domésticos não completaria.
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