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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Do jornalista João Rocha




Memórias de ouro 
à mesa do Lusitânia


                                                                       


É um almoço verde, mas não propriamente vegetariano. Esquecendo as saborosas sopas do Espírito Santo e o cozido, a intenção é mesmo que a digestão, até em termos emotivos, se faça lentamente, na maior das calmas.
O caso não é para menos. Um grupo de laboriosos lusitanistas promove hoje, pelas 13H30, no Salão da Santa Casa da Misericórdia, em São Carlos, a segunda edição do Almoço Verde.
Além do repasto servido nos pratos, travessas e copos, o cardápio apresenta o Lusitânia em tons de ouro.

Presencialmente, e a título póstumo, serão aplaudidos e recordados todos aqueles que contribuíram para a fabulosa época de ouro de 1963/64, traduzida na conquista de oito títulos e chegada às meias-finais da Taça de Portugal.
Vamos aos nomes, começando pelo terreno do jogo: Norberto e Conceição (guarda-redes), Galego, Luís Borba, Orlando, Lizuarte, Jacinto Quartilho (defesas), Artur André, Teófilo, Jorge Jacinto (médios), Miguel, Eduardo Faria, Airosa e Elmino Costa (avançados).
Deram ainda o seu contributo os futebolistas Paulo Jorge, António (Canuca), Leal, Valentim, Flores, Dionísio Capaz e Manuel Teixeira.
O corpo técnico era de fina estirpe: Manuel Pereira, Elvino Bettencourt, Nuno Monteiro Pais e Ângelo Faria.
Acresce a direção, presidida pelo engenheiro Werther Reis, integrada ainda por Raul Aguiar, Duarte Rocha Alves, José Viegas da Silveira, Emílio Ribeiro, João Pereira da Silva e José Ferreira da Costa.
Referência também para a equipa médica: Doutor Vasco Aguiar e Enfermeiro Luís Graça, bem como para o mestre Zeferino Lopes (colaborador e roupeiro do clube) e José Lopes (massagista).
As melhores jogadas, os golos mais vistosos, as defesas mais brilhantes e as oportunidades escandalosamente desperdiçadas animarão as conversas de exaltação ao “campeão dos campeões açorianos”.
São memórias de ouro que marcam gerações, provocam emoções poderosas e conduzem a “brados triunfantes de grandeza e magia”, musicalizados magistralmente pela voz de Olivério Ribeiro.
Só uma instituição como o Lusitânia consegue dominar tantos sentimentos essenciais à vida: dedicação, paixão, alegria (nos momentos bons) e desânimo (nas inevitáveis horas de infortúnio).
Mas, meus amigos, no historial dos lusitanistas os motivos para sorrir ganham, de goleada, às tristezas.
O ADN do Lusitânia é o de um vencedor com tamanho por determinar. Os adeptos sentem pelo seu clube um orgulho de igual grandeza.
E todo este espólio desportivo/afetivo foi conquistado com suor, garra e convicção em épocas onde as ajudas só podiam vir de dentro e à custa de toneladas de imaginação e talento.



joaorochagenio@hotmail.com

Texto publicado no jornal “A União” (9/4/2011)
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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