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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Do jornal A União







A FRUSTRAÇÃO POR NÃO TER VISTO A CONCHITA

Hoje muito se fala  de mulheres destemidas ligadas à  tauromaquia, obviamente no que concerne à lide a cavalo onde,efetivamente, têm surgido essas mulheres com paixão pela arte de tourear,citando,nomeadamente,e como uma das principais referências, Sónia Matias que recentemente vimos atuar na Póvoa do
Varzim, através de mais uma transmissão da RTP-1 e na qual se falou (eles,comentaristas falaram) da primeira mulher que entrou num redondel para enfrentar um touro, concretamente a célebre Conchita.
Tinha eu 5-6 anos de idade quando a Conchita se deslocou à ilhaTerceira para atuar na velha Praça de São João.Um grande acontecimento e consequentemente  um chamariz para a aficion terceirense. Enormes cartazes  espalhados  pelas principais artérias de Angra do Heroísmo, fato que fez redobrar o entusiasmo em torno da presença de Conchita. Sei que meu pai e avó paterna lá foram  assistir e eu,para minha tristeza, não os acompanhei  porque nesse mesmo dia fui com o meu padrinho ver um jogo do Marítimo que, para  não  fugir à regra apanhou mais uma cabazada. Foi,ao cabo, uma dupla frustração, Isto é, não ver a Conchita e presenciar mais uma degola futebolística dos azuis do Corpo Santo.Não chorei pela derrota do Marítimo,mas tão somente por perder a oportunidade de assistir a uma lide (a pé) da  primeira mulher toureira.
Volvidos alguns anos, já estava mais crescido, a empresa do Marcelo Pamplona contemplou a nossa aficion com a vinda do ”Índio Apache”.Um grande acrobata na lide com o touro. Saltos espetaculares por cima do oponente, enfim,  um autêntico delírio. De resto, ”Índio Apache” constituiu um incentivo para o amador terceirense  Deocleciano Silva  que,com toda a sua reconhecida agilidade,também encantou os mais jovens aficionados.Digamos um “Indio Apache made in Terceira” e que muito rapidamente trouxe para a Praça de São João a “performance” do outro “Indio Pache”  que se deslocou de Lisboa. Como é do domínio  público, hoje Deocleciano Silva é médico veterinário.
Agora é esperar por mais mulheres toureiras (lide  a  cavalo) que façam “cócegas”  aos  cavaleiros masculinos.Vai  ser extremamente  difícil,mas não impossível.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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