A FRUSTRAÇÃO POR NÃO TER VISTO A CONCHITA
Hoje
muito se fala de mulheres destemidas ligadas à tauromaquia,
obviamente no que concerne à lide a cavalo onde,efetivamente, têm surgido essas
mulheres com paixão pela arte de tourear,citando,nomeadamente,e como uma das
principais referências, Sónia Matias que recentemente vimos atuar na Póvoa do
Varzim, através de mais uma transmissão da RTP-1 e na qual se falou
(eles,comentaristas falaram) da primeira mulher que entrou num redondel para enfrentar
um touro, concretamente a célebre Conchita.
Tinha eu
5-6 anos de idade quando a Conchita se deslocou à ilhaTerceira para atuar na
velha Praça de São João.Um grande acontecimento e consequentemente um
chamariz para a aficion terceirense. Enormes cartazes espalhados
pelas principais artérias de Angra do Heroísmo, fato que fez redobrar o
entusiasmo em torno da presença de Conchita. Sei que meu pai e avó paterna lá
foram assistir e eu,para minha tristeza, não os acompanhei porque
nesse mesmo dia fui com o meu padrinho ver um jogo do Marítimo que, para
não fugir à regra apanhou mais uma cabazada. Foi,ao cabo, uma dupla
frustração, Isto é, não ver a Conchita e presenciar mais uma degola
futebolística dos azuis do Corpo Santo.Não chorei pela derrota do Marítimo,mas
tão somente por perder a oportunidade de assistir a uma lide (a pé) da
primeira mulher toureira.
Volvidos
alguns anos, já estava mais crescido, a empresa do Marcelo Pamplona contemplou
a nossa aficion com a vinda do ”Índio Apache”.Um grande acrobata na lide com o
touro. Saltos espetaculares por cima do oponente, enfim, um autêntico
delírio. De resto, ”Índio Apache” constituiu um incentivo para o amador
terceirense Deocleciano Silva que,com toda a sua reconhecida agilidade,também
encantou os mais jovens aficionados.Digamos um “Indio Apache made in Terceira”
e que muito rapidamente trouxe para a Praça de São João a “performance” do
outro “Indio Pache” que se deslocou de Lisboa. Como é do domínio
público, hoje Deocleciano Silva é médico veterinário.
Agora é
esperar por mais mulheres toureiras (lide a cavalo) que façam
“cócegas” aos cavaleiros masculinos.Vai ser
extremamente difícil,mas não impossível.
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