JORNALISMO EM DESTAQUE

485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Do poeta escritor Alexandre Oliveira


  Bem Fácil de Começar   

Tudo começou que nem uma brincadeira, e foi crescendo...  Não faz muito tempo que ouvi alguém dizer que o amor é como a guerra: fácil de começar e muito difícil de terminar. Tanto que para dar prosseguimento a nossa conversa, eu me antecipo e simplesmente pergunto:

       _ Você por acaso já imaginou algo assim acontecendo? Onde tudo naquele instante parece que se transforma em desespero, que alguém veio ao seu encontro somente com a intenção de intervir em algo e de repente como se nada acontecesse, este vai tomando posse de tudo que se faz referente a nós? 

          Então, a partir daí é que começa a guerra, cada um quer o que seja possível tirar do outro, isto depois de algum tempo aonde vimos registrado várias emoções. Emoções estas que de fato foi sentida pelos dois, mesmo assim no último instante queira ou não alguém sente como se tudo entre os dedos das mãos fugisse sem ao menos requerer algum consentimento.

           Tudo quanto fora bonito, e maravilhoso chega num momento a se dissipar. Momentos que jurávamos amor eterno, que presenciamos tudo ser único, somente nosso e de mais ninguém. Isso fosse o que fosse.  Passava de repente o tempo, o vento soprava e vinha à chuva alagando nossos corações. E assim, eu presumo que fazer amor é como fazer guerra: é fácil de começar, e muito difícil de terminar.  Às vezes sim, às vezes não ficamos os dois querendo saber por qual razão este amor fora tão passageiro, onde quem mais deste se revelou perdeu durante todo o tempo, enquanto só podemos prever lamentos sobre tudo que certo dia ficou. Pois, como vê é fácil de começar, mas difícil de terminar algo que tantas vezes fora por nós imaginados.   Sem que nem porque uma hora a guerra começa e todo aquele amor vira pó, é jogado em águas tranquilas que somente a gente mesmo sabe mudar de um rumo para o outro. Portanto, é fácil de começar, no entanto um tanto difícil de terminar quando aquele sentimento bate asas no tempo querendo a todo o momento simplesmente resguardar tudo que existiu para todo o sempre, enquanto esse amor é infinito. 

          Entretanto, para finalizar cito Clarisse Lispector: É tão dolente falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade. 

           Bem fácil de começar e tão difícil de terminar o que nos chega para sempre. Amor que não tem fim, amor infinito. 


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

Sem comentários:

Enviar um comentário