Bem Fácil de Começar
Tudo começou que nem uma brincadeira, e foi
crescendo... Não faz muito tempo que
ouvi alguém dizer que o amor é como a guerra: fácil de começar e muito difícil
de terminar. Tanto que para dar prosseguimento a nossa conversa, eu me antecipo
e simplesmente pergunto:
_ Você por acaso já imaginou algo assim acontecendo? Onde tudo naquele
instante parece que se transforma em desespero, que alguém veio ao seu encontro
somente com a intenção de intervir em algo e de repente como se nada
acontecesse, este vai tomando posse de tudo que se faz referente a nós?
Então, a partir daí é que começa a guerra, cada um quer o que seja
possível tirar do outro, isto depois de algum tempo aonde vimos registrado
várias emoções. Emoções estas que de fato foi sentida pelos dois, mesmo assim
no último instante queira ou não alguém sente como se tudo entre os dedos das
mãos fugisse sem ao menos requerer algum consentimento.
Tudo quanto fora bonito, e maravilhoso chega num momento a se dissipar.
Momentos que jurávamos amor eterno, que presenciamos tudo ser único, somente
nosso e de mais ninguém. Isso fosse o que fosse. Passava de repente o tempo, o vento soprava e
vinha à chuva alagando nossos corações. E assim, eu presumo que fazer amor é
como fazer guerra: é fácil de começar, e muito difícil de terminar. Às vezes sim, às vezes não ficamos os dois
querendo saber por qual razão este amor fora tão passageiro, onde quem mais
deste se revelou perdeu durante todo o tempo, enquanto só podemos prever
lamentos sobre tudo que certo dia ficou. Pois, como vê é fácil de começar, mas
difícil de terminar algo que tantas vezes fora por nós imaginados. Sem que nem porque uma hora a guerra começa
e todo aquele amor vira pó, é jogado em águas tranquilas que somente a gente
mesmo sabe mudar de um rumo para o outro. Portanto, é fácil de começar, no
entanto um tanto difícil de terminar quando aquele sentimento bate asas no
tempo querendo a todo o momento simplesmente resguardar tudo que existiu para
todo o sempre, enquanto esse amor é infinito.
Entretanto, para finalizar cito Clarisse Lispector: É tão dolente falar
e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o
silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para você
fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de
comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Bem fácil de começar e tão difícil de terminar o que nos chega para
sempre. Amor que não tem fim, amor infinito.
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