VAI
REMANDO CANOA
Resolvi abandonar meu barquinho
de papel.
Frágil demais pra suportar a
viagem.
Voltei para a minha canoa...
Minha imaginária canoa da
infância.
Deitada sobre ela me sinto
protegida.
É como se me envolvesse num
abraço.
E me entrego ao balanço das
águas.
A viagem está perigosa.
A tempestade não quer passar.
Por um momento senti que ia
despencar
mas uma corrente humana segurou
minha canoa...
Agora descanso nas margens à
sombra de um Carvalho...
Tudo ao meu redor é forte...
Só eu me sinto fraca.
Não posso continuar assim.
Fecho os olhos para um sono
reparador.
A viagem precisa continuar.
Um sonho agitado, ouvindo
gritos, muitos gritos:
Fé! Força! Coragem! Creia! Você
vai conseguir!!!
E o eco se materializa e vai
entrando em mim.
Uma fé inabalável...
Uma força divina...
Sim, eu creio! Eu vou
conseguir!
Abro os olhos e me sinto
confiante.
Pronta a prosseguir.
Acenando para as minhas
âncoras:
filhos... parentes...
amigos...
na certeza de encontra-los na
próxima parada,
abro meu velho sorriso e grito
bem alto:
Vai remando canoa!!!
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