DE
LONDRES, TORONTO, AÇORES
UM
TRIDENTE DE PESO
Sempre
recordo o meu saudoso chefe de redação de A Bola, Vítor Santos, com eterna
saudade e uma comoção desmedida, própria de quem conviveu de perto com este
monstro sagrado do jornalismo desportivo.
Estava eu
rolando na cama, às 1H55 da madrugada desta quinta – feira, quando comecei a
recordar episódios passados
com o chefe na Travessa da Queimada e, também, nas
férias que ele passou na ilha Terceira (após o Mundial da Argentina) e que eu
sempre o acompanhei em passeios e jantaradas. Numa bela noite, no restaurante
Beira – Mar em São Mateus, ficamos quentinhos. Depois foi só chamar um táxi,
deixar o Vítor no Hotel de Angra e eu para a minha residência, No dia seguinte,
era outro dia para mais umas passeatas pelos pontos turísticos e umas refeições
típicas da ilha.
Nestes
contatos com o Vítor Santos, aprendi muito e também tomei conhecimento de muita
coisa passada em torno do jornal. Num belo dia, creio que jantávamos na
Cocheira Alentejana no Bairro Alto, o Vítor confidenciou-me o quanto admirava
três pessoas ligadas ao jornal e foi adiantando os nomes de João Paulo Diniz
(Londres), João Lúcio Monteiro (Toronto-Canadá) e Carlos Alberto Alves, eu
próprio, nos Açores. Para ele, um tridente de peso de quem o jornal muito
beneficiava. No meu caso pessoal, direi que A Bola foi uma ponte significativa
da minha carreira jornalística que caminha para os 52 anos.
No que
concerne aos meus outros dois colegas citados pelo chefe, óbvio que tive
contatos com o João Lúcio, quer em Toronto (1977 e 1984) quer na ilha Terceira
por duas vezes. A primeira quando lançou o seu livro de poemas e que passou um
dia pela ilha a caminho de Lisboa. A segunda, acompanhando o Vitória de Setúbal
que realizou um jogo particular com o Lusitânia no Estádio João Paulo II.
Estivemos juntos no jogo e, à noite, foi meu convidado para jantar. Em Toronto,
João Lúcio em 1977 apresentou-me em público na sede do First Portuguese
Canadian Clube e, em 1984, a cena repetiu-se no Lamport Stadium. E aqui foi
interessante que recebi alguns amigos emigrados que desconheciam a minha
presença. Obrigado, João por todo o carinho que me dispensaste. Obrigado, Vítor
Santos por todos os teus ensinamentos, revelações e, sobretudo, por me considerares
um irmão do peito. Jamais deixo de pensar em ti. Aliás, o mesmo sucede em
relação ao Alfredo Farinha. Afinal, aprendi muito com estes dois monstros
sagrados do jornalismo.
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