Do
despassarado... ao exuberante
Umas
horas depois do jogo Brasil-URSS, que assinalou a estreia do “escrete” na Copa
do Mundo de 1982, em Espanha, eu, o Rui Silva, a mulher Abbia, o professor João
Barnabé e mais três brasileiros que
conhecemos no dia anterior, combinamos tomar umas cervejas numa esplanada, em Sevilha, perto dos hotéis onde estávamos hospedados. Assim foi. Veio o “garçon” e pedimos sete canecas de cerveja. Enquanto se esperava, falamos do jogo. Bem ao seu estilo,
o João Barnabé de
quando em vez se levantava com os braços no ar, mas não prevíamos o que iria de
seguida acontecer. Realmente, o “garçon” que trazia a cerveja escolheu o sítio
errado, passando por detrás do João Barnabé que, infelizmente para todos,
naquele momento voltou a levantar-se e deu com uma das mãos na bandeja que o
“garçon” transportava o precioso líquido. Escusado era dizer que todos
apanharam um bom banho de cerveja, mas o mais inconformado foi o “coroa”
brasileiro que, naquela noite, tinha estreado umas calças novas, ainda por cima
de cor clara. Teve que voltar ao hotel para mudar de calças, mas, quando
regressou junto de nós, quis ficar longe do João Barnabé, ou não fosse, de
novo, o diabo tecê-las. O João Barnabé, que foi treinador do Sporting Club de
Portugal e também selecionador nacional, sempre foi assim exuberante, mas nada
tem de diabo.conhecemos no dia anterior, combinamos tomar umas cervejas numa esplanada, em Sevilha, perto dos hotéis onde estávamos hospedados. Assim foi. Veio o “garçon” e pedimos sete canecas de cerveja. Enquanto se esperava, falamos do jogo. Bem ao seu estilo,
Sempre
que nos dias seguintes íamos a um bar, o “coroa” (em português, pessoa mais
idosa) se afastava do João Barnabé. Nós já o conhecíamos e, por isso, não
surpreendeu aquele seu gesto. Por brincadeira, até dissemos: este João Barnabé
gosta muito de andar em pé. Mas, para quem não sabe, ele é de pequena estatura
e não é pessoa de exibicionismos. Expansivo e exuberante, porque vive tudo
aquilo que diz. Nunca o conhecemos como dono da razão.

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