Ilha de São Jorge
Regina Cunha
O Luís Bretão
O Luís Bretão será sempre para muitos o
“Luisinho” da nossa juventude!
Conheci-o miúdo, ainda de calção curto,
pois como a irmã, a Maria Manuela, era a minha melhor amiga, andava muito lá
por casa.
Na fase de “Luisinho” era um rapazinho
muito vivo, e tinha sempre resposta pronta sobre qualquer coisa! Depois, com a
idade, torna-se o “Luís Bretão”!
E aí, o seu percurso de vida reveste-se
de uma dinâmica digna de registo. Porque, tal como a sua alma irrequieta, ele
estava presente em tudo!
E vemo-lo na juventude católica, no
desporto, na política, no teatro, na rádio, no folclore, e nas associações de
carácter local. E vemo-lo, lado a lado, com as tradições, e com os cantadores e
tocadores ao desafio, embalado pelo Pézinho da sua ilha.
A sua maneira de ser é contagiante.
Porque ele é ele! Sempre pronto, solícito, amigo, sorridente, e delicado! E a
corte de amigos que reúne à volta, é consequência dessa sua maneira de ser.
Porque ele é genuíno!
Profissionalmente, aquando na SATA, o
seu nome espalha-se pelas ilhas, mas também pelo continente, pelos Estados
Unidos e pelo Canadá. Todos o conhecem! Todos contam com a sua amizade! Porque
ele resolve tudo, mas tudo, e não complica!
As festas na sua casa são mais uma das
suas referências. Afinal, a marca do casal, pois foi bom este “Luís” ter encontrado
uma “Luísa” como a que tem!
E todos adoram esse convívio! Por ser
diferente, autêntico, terceirense, marcante pelo que significa, pelo que
transmite aos outros, particularmente aos que, saudosamente, gostam de olhar
para trás, por viverem fora da sua Terceira! Ali se fala e se ouve o gargalhar
espontâneo, ali se come e saboreia o que é regional, ali se recorda a doçura da
juventude, ali se atenta o dedilhar da velha viola, e ecoam as vozes dos
admiráveis cantadores, ali se sacia a saudade! E o à vontade, a atenção e a
amizade do Luís Bretão, completam esse cenário de franqueza quase único!
Mais tarde, acometido de doença grave,
encontro-o em Lisboa, a entrar de maca para a ambulância. Nem aí o destino o
derruba!
Que dizer mais deste Luís, da minha Angra?
Que me sinto feliz pelas muitas homenagens que lhe foram feitas, e que sempre
que passo pelo Pavilhão de Multiusos, ao qual foi dado o seu nome, o recordo no
imediato!
E com todo o meu afecto por esse
“rapazinho”, peço a Deus que continue sempre assim, igual a si mesmo, sem nunca
se afastar do ritmo do seu “Pézinho” da Ilha!
Regina Cunha - Velas, São Jorge, 27
de Março de 2014

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