Desligar
o despertador
Em
1984, estive na Horta com Rui Santos, então meu companheiro de “A Bola’,
sobrinho do chefe de redação, Vítor Santos, já falecido, como já referi”.
Dividimos o mesmo quarto na Estalagem de Santa Cruz. Eu sempre acordei
cedo,
ainda hoje o faço pelas seis da manhã. Nunca precisei de despertador. O Rui
ligava o despertador do rádio e eu, quando ele adormecia, desligava. Acordava,
fazia a barba (um ritual de mais de 40 anos), tomava banho e depois chamava o
Rui. Então, pá, o despertador não funcionou. O Rui estava intrigado. A cena
repetiu-se nos dias seguintes. Cada vez mais intrigado ficou o Rui, porque eu
gozava o pratinho por mim preparado. No fim, contei-lhe a verdade. Só me disse:
como sempre, és um grande malandro. Mas não digas nada no jornal para não sair
nenhuma piada no nosso Cautchu. Só contei ao Vítor Santos e depois, juntos os
três, deu mesmo para rir. O Rui nunca havia desconfiado de nada.
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