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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Luís Bretão - Um Terceirense de Causas

Ilha do Pico 

Manuel Serpa

O meu testemunho – abraço moldado na disciplina férrea do Seminário de Angra, imbuído de valores formativos, reconhecidamente, excecionais na área inteletual, latejava-me o coração na perspetiva do encontro com os outros, o mundo e a Vida.
Depois do encontro repousante no vislumbre quotidiano da pedra encardida na minha Ilha Morena, voltei a Angra, a querida Angra, para iniciar a caminhada. Tinha vinte e três anos. O primeiro após o Seminário.
Cá fora a cidade era ainda mais atraente, com profundas marcas culturais, ativa e apaixonante. E
regurgitava de jovens sedentes de uma vida
pautada por valores.
Foi com eles que aprendi a perceber e sentir a Vida, foram eles que me proporcionaram o ano mais feliz de toda a minha existência.
Foi nesta trajetória de profundas mudanças, a jorrar os estremeções dos verdes anos, que conheci o jovem Luís Bretão, melhor dizendo, o meu irmão Luís. Líder nato, (os líderes não se fazem, surgem!) aliava a uma atividade transbordante a capacidade idiossincrática de perceber os problemas, as transformações e tentar resolvê-los.
O Luís foi, acima de tudo, um lutador indómito, de profundas convicções e que, na caminhada, sempre gritou a mentira das noites sem estrelas. E muitos acreditaram que o cintilar de uma “estrela” pode ser o rumo da felicidade.
Escrever sobre o Luís Bretão é recordar a Igreja de S. Francisco repleta de raparigas e rapazes compenetrados na cruz e nos espinhos que a mensagem de uma sexta-feira maior pode levar a entender melhor a Vida; recordar os encontros, os desabafos, as festas, o estreitar de relações e aquela amizade inquebrantável que nos uniu e que ressurge sempre no encontro furtuito que acontece por um sítio distante.
No meu percurso sempre lidei com jovens em múltiplas vertentes. Foi altamente proveitoso.
Obrigado pelo que me ensinaste.
Não posso esquecer os múltiplos encontros quando exercias a tua profissão. O sorriso, a compreensão. Ajudaste tanta gente. Testemunhei.
Meu caro Luís,
conseguiste sempre uma coisa fantástica: desvendar o que está para além do gesto, o que está para além da palavra, o que não tem nome e, tem ao mesmo tempo todos os nomes do mundo: Vocação. De líder, multifacetado.
Agradeço à Vida por ti. E nunca te esquecerei.
Um abraço do tamanho da montanha maravilha.
Manuel Serpa - Ilha do Pico, Março de 2014
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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