O REGRESSO DE CARLOS DO CARMO: “FOI PENOSO
ESTAR CINCO MESES SEM CANTAR”
Apesar de ainda coxear
ligeiramente – em consequência da operação que fez para colocar uma prótese na
anca – Carlos do Carmo, de 76 anos, deixou o público que assistiu à 15.ª Grande
Gala do Fado – Carlos Zel completamente rendido ao seu talento. O fadista já
tinha uma vontade enorme de regressar aos palcos e fê-lo com mais garra do que
nunca.
Ainda a
recuperar de uma operação à anca e depois de, em 2015, ter sofrido um
aneurisma na aorta, Carlos
do Carmo está de regresso aos palcos com mais garra do que
nunca. “Foi penoso estar cinco meses
sem cantar, porque tenho uma enorme paixão pelo faço”, confessou o
fadista à CARAS minutos antes de subir ao palco do Salão Preto e Prata do
Casino Estoril para a 15.ª Grande Gala do Fado – Carlos Zel, na qual já participou
por diversas vezes. “A última vez que cantei foi
em janeiro, em Leiria, e a sala estava esgotada há dois meses. Tenho um
respeito enorme pelo público! Por isso, fico cada vez mais nervoso antes do
início de um espetáculo, porque com o avançar da idade aumenta também o grau de
responsabilidade”, revelou, confortavelmente sentado no seu
camarim, que partilhou com o amigo Camané.
Sobre os planos que tem para o futuro, Carlos do Carmo foi muito
pragmático. “Tenho um plano muito
interessante: viver! Apesar de tudo o que já passei, sinto-me com bastante
energia, com gosto de viver”, fez questão de sublinhar o músico,
que vai nos 52 anos de carreira e 76 de vida. Apesar de encarar a morte com
muita serenidade, assume que o que mais lhe tem custado é ver os amigos mais
próximos a desaparecer. “Não
tenho medo da morte, mas ver os amigos a partir é a pior coisa da velhice. Uso
uma agenda telefónica de papel e, neste momento, a minha agenda é um autêntico
cemitério. Quando pego nela para telefonar a alguém, vejo que mais de metade já
cá não está. Faz-me imensa confusão”, constatou, emocionado,
sem perder, no entanto, a serenidade na voz. Carlos do Carmo foi o último
artista a subir ao palco e deixou o público completamente rendido ao seu
talento e carisma natural.
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