Crónica antiga com nacos de ficção
Sexta, 13 de Dezembro de 2013
O meu querido amigo, João Celestino dos Santos Bendito, emigrado
para a Califórnia, casado com a Alice que ainda é minha prima (não me perguntem
o grau, porque disso ando desfasado) e da família da mãe guardo gratas
recordações. Sempre tive com esses primos (para além da Angelina, a Laura, o
José, o Henrique, o Tibério, o Rui, o Frederico) uma ligação bastante
agradável,
não esquecendo o Tio Henrique (Seguro) e a Tia Angelina. Não
esquecendo ainda que era um “habitué” da árvore de fruto muito cobiçada que existia
no quintal.
Os tempos foram passando céleres (basta olhar hoje para as
nossas idades) e alguns seguiram o seu rumo. Eu, para muitos inesperadamente (e
com toda a propriedade quem assim pensa), rumei para o Brasil, enquanto que
outros emigraram para os States, não deixando, porém, de referir que há ainda
malta daquele tempo que continua na santa terrinha. Falta o JD Macide, mas
continua bem vivo na nossa memória e, “no outro lado da vida” nos espera para
tomarmos uma fresquinha, certamente numa improvisada Portugália ou, idem, idem,
em um Café Aliança com esplanada bem preparada e com “garçons” vestidos a
preceito.
O João Bendito entendeu, em boa hora, escrever algumas memórias
passadas na loja do seu pai, o nosso querido amigo Tio João Bailão, que certamente
já fez uma visitinha ao Macide e, à nossa saúde (a do grupo, subentenda-se),
tomaram uma angelica da ordem, preparada por algum santo que também gosta da
sua pinga. São Pedro, esse não faz parte da lista porque só pensa em água e
angelica com água só faz mal ao estômago.
Ora, nessas ditas memórias, que já estão a ser preparadas com o
devido cuidado, o João fala da desobriga, fato que me obriga a alinhavar mais
um escrito dentro da linha que vou mantendo. Mas vejamos um naco de prosa do
que escreveu o João Bendito sobre o grupo, que é mais importante do que eu
estar aqui no toca-toca para a frente:
“Mas o grupo da desobriga era diferente. Não me recordo como
começou o ajuntamento deste pequeno aglomerado, é um daqueles mistérios sem
explicação. Era ali no canto da Flórida que nos encontrávamos por volta das
cinco da tarde. J D Macide descia da Miragaia do escritório da Sata, o CA
(Tirolé) subia da Rua Direita do consultório onde fazia análises clínicas, o
Marcolino, com o seu andar escorregadio, safava-se da Junta Geral e ali se
reuniam comigo, com o João Câmara, com o Sílvio Lourenço e, esporadicamente, o
Oldemiro Rego. Trocávamos umas conversas, fazíamos permuta de alguma notícia de
última hora, cortávamos na casaca de alguém que passava na pressa das suas
vidas e então aparecia uma voz que lançava o desafio: quem é que paga a
desobriga hoje?”
RECORDAR NESTA QUADRA
Transformo o Copacabana de novo na loja do Tio João. Quem não
era cliente naquela altura fica de fora. Será que o José Henrique Pimpão era cliente?
Ele que é um frequentador assíduo do Copacabana
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