As Ilhas e as Flores
Percorreu um trilho ao longo da manhã e sentou-se a
comer entre as azáleas. Quando um dia voltasse a partir, talvez nada lhe
fizesse tanta falta como as flores. As hortênsias e as árvores-de-fogo, as
beladonas e as camélias, as magnólias e as olaias: encantava-o a
cadência a que
floriam naquela ilha — e depois ainda havia os hibiscos, os jarros
e os mantos
infinitos de erva azeda, sempre prontos a acorrer a algum sobressalto da
meteorologia, para que nunca faltasse a cor.
Podia dizer-se o que se quisesse sobre as ilhas, menos que fossem
claustrofóbicas. Não as ilhas onde houvesse flores.
Joel Neto, in 'Arquipélago'
(Excerto sobre os Açores)
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