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domingo, 18 de março de 2018

E tudo são recordações - Azores Digital



Só faltava mais esta. E assim vamos nós...


07 de Novembro de 2013 

Em tempos idos, mais concretamente durante a ditadura salazarista, tínhamos a CENSURA. Sabíamos que ela existia e quem da mesma fazia parte. Sendo pessoas conhecidas, nada me moveu contra. Estavam dentro do sistema e seguiram essa linha de rumo. E quem sabe mesmo se, interiormente, não estariam em desacordo com essa mesma política?. Por eles não vou colocar as
mãos no fogo, mas também jamais os crucificarei. Sem mencionar nomes ou locais onde se encontravam, muitas vezes vi passar os chamados estafetas com os rolos das chamadas provas dos jornais diários. E muitas vezes, cogitei: ali também estará um dos meus, visto que nessa altura, ao lado do José Daniel Macide, já estava em A União.
Após a Revolução dos Cravos e a conseqüente mudança para um Estado Democrático, essa referida CENSURA acabou. (Acabou?). No início tudo foi um mar de rosas, acreditando, por outro lado, que também alguns escribas não souberam interpretar convenientemente a LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Contudo, com o decorrer do tempo, com a formação de vários partidos políticos (daí advindo muitos interesses com o intuito de chegarem ao poleiro), fomos confrontados com outra CENSURA, a interna, imposta por diretores (claro alguns) e chefes de redação. Essa sempre considerei muito pior, visto que trazia camufladamente ou não, esta mensagem: “ou segues esta linha ou, caso contrário, a porta de entrada será de imediato a da saída”. Sempre entendi isso quando, em alguns casos, fui confrontado com essa posição. E não vou aqui, de novo, falar em nomes nem tampouco os OCS. Uma coisa é certa: festejei exuberantemente a abolição da CENSURA do regime salazarista. Mas, posteriormente, acabei por chegar à conclusão que não era pior em relação a esta fase de CENSURA INTERNA – com isto não quero dizer que ela existe em toda a mídia.
Vem isto a talho de foice, em função de um despacho assinado pelo reitor da Universidade dos Açores, ilustre Jorge Medeiros, que proíbe a utilização do correio eletrônico da Universidade dos Açores para uso privado dos detentores da respectiva conta. Por outro lado, o despacho faz saber também que é proibida “a divulgação de quaisquer assuntos privados de qualquer trabalhador ao serviço da Instituição. E mais adiante o seguinte: também proibida “a divulgação de quaisquer assuntos de âmbito de qualquer Departamento e/ou Serviço da Instituição, exceto quando efetuada pelo respetivo Diretora/Dirigente ou com a sua autorização escrita”. E esta agora, claro, para fechar este tremendo ato de CENSURA , embora aplicada de uma forma diferente: englobando tudo e todos (para ele também, Jorge Medeiros?), os eventuais infratores ficam sujeitos a procedimento disciplinar.
Mas há, dentro do seio da Universidade dos Açores (diretor do DCAUA) quem considera o (infeliz) Despacho sem sentido.
E agora se pergunta: a proibição do correio eletrónico da UA não tem como objetivo silenciar todos aqueles que são contra a forma em como a UA está a ser gerida? Medo de quê? Quem não deve, não teme. Um ato de CENSURA desagradável e antidemocrático.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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