Só faltava mais esta. E assim vamos nós...
07 de Novembro de 2013
Em tempos idos, mais concretamente durante a ditadura
salazarista, tínhamos a CENSURA. Sabíamos que ela existia e quem da mesma fazia
parte. Sendo pessoas conhecidas, nada me moveu contra. Estavam dentro do
sistema e seguiram essa linha de rumo. E quem sabe mesmo se, interiormente, não
estariam em desacordo com essa mesma política?. Por eles não vou colocar as
mãos no fogo, mas também jamais os crucificarei. Sem mencionar nomes ou locais
onde se encontravam, muitas vezes vi passar os chamados estafetas com os rolos
das chamadas provas dos jornais diários. E muitas vezes, cogitei: ali também
estará um dos meus, visto que nessa altura, ao lado do José Daniel Macide, já
estava em A União.
Após a Revolução dos Cravos e a conseqüente mudança para um
Estado Democrático, essa referida CENSURA acabou. (Acabou?). No início tudo foi
um mar de rosas, acreditando, por outro lado, que também alguns escribas não
souberam interpretar convenientemente a LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Contudo, com o
decorrer do tempo, com a formação de vários partidos políticos (daí advindo
muitos interesses com o intuito de chegarem ao poleiro), fomos confrontados com
outra CENSURA, a interna, imposta por diretores (claro alguns) e chefes de
redação. Essa sempre considerei muito pior, visto que trazia camufladamente ou
não, esta mensagem: “ou segues esta linha ou, caso contrário, a porta de
entrada será de imediato a da saída”. Sempre entendi isso quando, em alguns
casos, fui confrontado com essa posição. E não vou aqui, de novo, falar em
nomes nem tampouco os OCS. Uma coisa é certa: festejei exuberantemente a abolição
da CENSURA do regime salazarista. Mas, posteriormente, acabei por chegar à
conclusão que não era pior em relação a esta fase de CENSURA INTERNA – com isto
não quero dizer que ela existe em toda a mídia.
Vem isto a talho de foice, em função de um despacho assinado
pelo reitor da Universidade dos Açores, ilustre Jorge Medeiros, que proíbe a
utilização do correio eletrônico da Universidade dos Açores para uso privado
dos detentores da respectiva conta. Por outro lado, o despacho faz saber também
que é proibida “a divulgação de quaisquer assuntos privados de qualquer
trabalhador ao serviço da Instituição. E mais adiante o seguinte: também
proibida “a divulgação de quaisquer assuntos de âmbito de qualquer Departamento
e/ou Serviço da Instituição, exceto quando efetuada pelo respetivo
Diretora/Dirigente ou com a sua autorização escrita”. E esta agora, claro, para
fechar este tremendo ato de CENSURA , embora aplicada de uma forma diferente:
englobando tudo e todos (para ele também, Jorge Medeiros?), os eventuais
infratores ficam sujeitos a procedimento disciplinar.
Mas há, dentro do seio da Universidade dos Açores (diretor do
DCAUA) quem considera o (infeliz) Despacho sem sentido.
E agora se pergunta: a proibição do correio eletrónico da UA não
tem como objetivo silenciar todos aqueles que são contra a forma em como a UA
está a ser gerida? Medo de quê? Quem não deve, não teme. Um ato de CENSURA
desagradável e antidemocrático.
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