Uma
opinião de Marcelo Rebelo de Sousa por ocasião da sua visita ao Brasil:
"Falando
aos jornalistas, o presidente citou o Brasil como uma potencia mundial. Havia
uma noção que o Brasil era imenso na riqueza natural, era quase um continente,
e depois conhecia-se pedaços deste continente. E agora está se descobrindo que
a riqueza humana não é inferior a riqueza natural do Brasil, é uma riqueza
feita de educação, de cultura, juventude, criatividade, afirmação no mundo.
Isso é patente na ciência, na tecnologia, foi sempre nas artes, em geral
na
cultura, mas é também na economia, no pensar social, e algum português que não
conhecia isso fica maravilhado como ficou ontem com a abertura das Olimpíadas”,
disse o presidente citando uma perfeição que não é casual. “É fruto de talento,
trabalho, organização, e mesmo aquilo que parecia ser improviso, quase caótico,
tem um grau de unidade e uma lógica que permite que dê certo. Por isso,
maravilhados, milhões de portugueses estão descobrindo pela televisão porque o
Brasil deu certo e dá certo”, elogiou. O presidente citou alguns brasileiros
que não acreditam no país, com falas negativas e desmotivadoras. “O Brasil está
terminando um ciclo e começando outro, o novo ciclo é de crescimento e estímulo
ao crescimento. Portugal também está terminando um ciclo muito difícil de crise
e começando um caminho de crescimento e emprego. Nesse novo ciclo comum,
finalmente simultâneo, é possível apostar em micro, pequenas e médias empresas
que provavelmente não vão competir com grandes empresas nas grandes metrópoles,
mas que vão encontrar nichos de mercado e noutras áreas do Brasil encontrar
mercados novos”, falou citando que não por acaso outras delegações portuguesas
chegam ao Brasil, como o ministro da cultura e o primeiro-ministro, nos
próximos meses.
Entre
as relações bilaterais a serem conversadas, Marcelo Rebelo citou como muito
atual a economia e meio ambiente, energia, infraestrutura e obras públicas em
que Portugal “pode dar seu contributo”, disse. “Há uma série de áreas interessantes,
e não falo do comércio, mas poderá dar exemplo do vinho, pela primeira vez o
vinho tinto português está ganhando cota do mercado de vinho estrangeiro no
Brasil, contra vinhos competitivos”. Nesse sentido, o presidente partilhou uma
teoria, de que política, vida empresarial e cultural se faz com empatia pessoal
e não “apenas de números”.
Ora,
essa foi a visão do presidente da República de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa
aquando da sua recente passagem por este país. Porém, o Brasil está sofrendo
uma enorme crise, diríamos mesmo sem precedentes. É que, em função do
substancial aumento dos combustíveis, os caminhoneiros entraram em paralisação
o que afetou grandemente a economia do país a todos os níveis, incluindo o
cancelamento de vôos. De resto, quase tudo praticamente parado. O pouco que
existe nos mercados, por exemplo, sofreu um aumento deveras assustador.
Nós
que viajamos de Natal para o Rio de Janeiro de autocarro (ônibus para os
brasileiros), constatamos a força dessa paralisação por todos os estados que
passamos até chegarmos ao Rio de Janeiro. Foram dois dias e duas noites por
essas estradas afora.
Para
quando uma solução deste problema? Será que o governo vai ceder às exigências
dos caminhoneiros? Uma coisa é certa: embora prejudicada, a maioria das
populações concorda com a tomada de posição dos caminhoneiros. De facto, mais
um aumento pesado. Por culpa de quem? Certamente por todos aqueles que roubaram
na Petrobras. E foram muitos.
De
resto, e para agravar a situação, o presidente Temer anunciou que o governo vai
colocar as forças armadas nas estradas para permitir o desbloqueamento dos
caminhoneiros. Resta saber o que advirá dessa situação. Tememos pelo pior.
Acrescente-se ainda que carros com combustível já estão a sair da Petrobras
escoltados pelas forças militares. Os mais otimistas dizem que os caminhoneiros
não vão ripostar. Oxalá que sim.
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