Urbano Bettencourt
lança em Ponta Delgada “O Amanhã Não Existe”
O
conhecido escritor açoriano Urbano Bettencourt lança hoje, em Ponta Delgada,
(Livraria Solmar,19 horas), a sua nova obra, intitulada “O Amanhã Não Existe
(Inquietação Insular e Figuração Satírica em José Martins Garcia)”, com a
chancela da Companhia das Ilhas.
Em
declarações ao “Diário dos Açores”, Urbano Bettencourt explica que, “do ponto
de vista técnico e institucional, o livro corresponde, mais ou menos, à
tese de doutoramento que apresentei e defendi na Universidade dos
Açores”.
Em
termos de conteúdos, o autor desvenda ao nosso jornal que “constitui uma
abordagem da narrativa do escritor picoense José Martins Garcia (a primeira
abordagem global da sua obra), uma narrativa que alia uma poderosa
imaginação a um profundo domínio da língua portuguesa”.
“E
com tudo isso constrói a imagem de um tempo português e açoriano (dos
anos 50 até aos anos 80 do século XX, aproximadamente) marcado pela repressão e
o silenciamento, pelo isolamento atlântico, pela guerra em África, num registo
satírico e violento, pois só de forma violenta se pode denunciar as
instituições e poderes que anulam a dignidade dos homens”, conclui Urbano
Bettencourt.
20 escritores encontram-se no Pico
Perto
de 20 escritores dos Açores, do continente e do Canadá compõem a terceira
edição do Encontro Pedras Negras, iniciativa que decorre no próximo fim de
semana, na ilha do Pico, no âmbito do festival Azores Fringe.
“Este
ano temos duas escritoras lusodescendentes canadianas para participaram no
encontro no fim de semana, que são Elaine Ávila e Lisa Furtado”, declarou Terry
Costa, diretor da associação MiratecArts, que promove o evento.
Terry
Costa disse que Elaine Ávila vai conversar sobre a escrita teatral, enquanto
Lisa Furtado falará das suas obras e experiências através de viagens, contando
também o encontro com a participação de jovens escritores oriundos dos Açores.
O
responsável acrescentou que alguns destes jovens escritores, com apenas duas
obras publicadas, já participam na iniciativa desde o seu início.
Terry
Costa destacou ainda no Encontro Pedras Negras a participação do escritor
Vamberto Freitas, tendo ressalvado estar previsto o lançamento de dois livros,
um da responsabilidade de Luís Filipe Borges, mais conhecido como “Boinas”, e o
outro de José Carlos Costa, natural da ilha do Pico.
Luís
Filipe Borges, natural da ilha Terceira, é apresentador e guionista de
televisão, sendo o livro designado de “Destinos em falta para o passageiro
distraído”, enquanto a obra de José Carlos Costa se denomina “Paraíso Açórico”.
“Todos
os participantes terão oportunidade de falar sobre as suas publicações dos
últimos anos, bem como participar na própria viagem às pedras negras”, no
âmbito de uma volta à ilha do Pico, com ‘workshops’, “tendo cada evento um
cenário completamente diferente, em alternativa às salas ou a um auditório”,
declarou.
A
designação do encontro Pedras Negras é inspirada na obra do escritor Dias de
Melo (1925 -- 2008), nascido na Calheta do Nesquim, na ilha do Pico, que foi
professor, colaborador de jornais e é considerado um dos grandes escritores
açorianos, tendo dedicado toda a sua obra ao mar e à baleação.
Dias
de Melo publicou mais de 40 livros de poesia e vários romances, entre os quais
a trilogia “Pedras Negras”, “Mar pela Proa” e “Mar Rubro”.
A
organização do Encontro Pedras Negras já homenageou, na primeira edição do
festival Azores Fringe, o escritor Dias de Melo.
O
festival internacional Azores Fringe, por seu turno, nasceu no Pico,
“incentivando a partilha de talentos e ideias”, reunindo este ano 300 artistas
nas nove ilhas, de 26 de Maio a 30 de Junho.
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