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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Do poeta-escritor-jornalista Luís Fernando Veríssimo



ETCETERA, ETCETERA

Por dentro, fora as partes óbvias, mulher não é muito diferente de homem. Anatomicamente, portanto, a mulher não tem mistério para o homem. Ali fica o coração, ali o fígado, ali (onde mesmo?) o pâncreas... Igualzinho a nós. Não é verdade que elas tem glândulas secretas que a medicina ainda não se animou a examinar a fundo, como as que determinam o seu comportamento em shoppings. Temos (mais ou menos) as mesmas glândulas.


Mas um componente da mulher continua a desafiar a compreensão dos homens: sua bolsa. Sabemos muito pouco do seu conteúdo e estamos constantemente nos surpreendendo com o que sai lá de dentro. E quando pedimos explicações, elas despistam.

O cérebro feminino não é biologicamente diferente, que eu saiba, do cérebro masculino e uma bolsa de mulher não deveria ser diferente de qualquer outro meio de guardar e transportar coisas, mas as surpresas se repetem. As bolsas femininas parecem ter acessos a mundos, mananciais, veios e fornecedores inacessíveis ao pensamento ou à mão do homem. De onde elas tiram tudo aquilo?!

É uma pergunta que nos atormenta desde o momento em que a Eva não só teve a ideia de comer a fruta proibida como produziu - de onde, meu Deus? - a faca para descascá-la e uma toalha para estender na grama, e nunca mais fomos os mesmos.

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Li que um japonês inventou um aparelho que, adaptado à coleira, traduz o latido do cachorro. O cachorro late ou rosna e aparece numa telinha o que ele está tentando dizer para o seu dono. “Quero comida”, “Preciso fazer pipi”, “Troca de canal”, “Gostei do seu cabelo assim”, etc. O mercado para a invenção é enorme, só a julgar pelos donos de cachorro que conheço. Finalmente eles vão poder não apenas falar, mas dialogar com seus cachorros, trocar ideias, saber o que eles pensam da vida e dos homens. Há o risco, claro, da contestação inesperada. Do dono dizer “Senta” e o cachorro responder “Contextualiza”. Mas o interpretador de cachorros chega para preencher uma profunda necessidade humana. Gênio.

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Novas técnicas criam novas superstições e novos temores. Recomenda-se que mulheres com silicone passem pelos detectores de metais dos aeroportos de costas, senão os seios podem explodir e o silicone derreter. Guardar o Viagra numa cesta com ovos frescos por uma noite e fazer o sinal da cruz antes de ingeri-lo aumentam sua eficácia. Etcetera, etcetera.  

Luis Fernando Verissimo
17 de abril às 18:07 • 

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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