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domingo, 6 de maio de 2018

Do poeta-jornalista-escritor José do Carmo Francisco



Poema para uma fotografia de António Capela


Poema para uma fotografia de António Capela

Sabemos alguma coisa sobre o efémero
Das fotografias num certo dia de manhã
Na estrada para os lados de Torres Vedras.

António Capela regista o esforço dos ciclistas
Está frio e João Rocha bate com os sapatos
Contra o vento das praias de Santa Cruz.
Os roladores guiam o pelotão sportinguista
Emiliano Dionísio fica para trás na estrada
Guardando-se para brilhar na pista à noite.
Sabemos muito pouco sobre o efémero
Quase nada sobre o pó e a posteridade
Que o futuro nos reserva tão de surpresa.
Ficamos nas fotografias, teimosos,
Como se a eternidade fosse possível
No preto e branco de cada momento.

José do Carmo Francisco   



Balada para a Pastelaria «Orion»

Na «Orion» Pastelaria
Os anos correm velozes
Onde era uma vacaria
Hoje é confusão de vozes.
Nas quatro vezes por dia
Passava em frente a correr
Quem diria, ai quem diria
Que era este o Lugar de Ser.
Muitos os poemas escritos
Contos e crónicas também
Mesa de choros e de gritos
Que não chegam a ninguém.
Homens de fato cinzento
Tão cinzento como é o dia
Lá fora está muito vento
Aqui nasce a nova alegria.
No retrato do fundador
Senhor Armando é sorriso
Os doces são um amor
No meu vazio indeciso.

José do Carmo Francisco 


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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