Poema para
uma fotografia de António Capela
Poema para uma fotografia de
António Capela
Sabemos
alguma coisa sobre o efémero
Das
fotografias num certo dia de manhã
Na
estrada para os lados de Torres Vedras.
António Capela regista o esforço dos ciclistas
Está frio e João Rocha bate com os sapatos
Contra o vento das praias de Santa Cruz.
Os
roladores guiam o pelotão sportinguista
Emiliano
Dionísio fica para trás na estrada
Guardando-se
para brilhar na pista à noite.
Sabemos muito pouco sobre o efémero
Quase nada sobre o pó e a posteridade
Que o futuro nos reserva tão de surpresa.
Ficamos
nas fotografias, teimosos,
Como
se a eternidade fosse possível
No
preto e branco de cada momento.
José do Carmo
Francisco
Balada para a Pastelaria
«Orion»
Na
«Orion» Pastelaria
Os
anos correm velozes
Onde
era uma vacaria
Hoje
é confusão de vozes.
Nas
quatro vezes por dia
Passava
em frente a correr
Quem
diria, ai quem diria
Que
era este o Lugar de Ser.
Muitos
os poemas escritos
Contos
e crónicas também
Mesa
de choros e de gritos
Que
não chegam a ninguém.
Homens
de fato cinzento
Tão
cinzento como é o dia
Lá
fora está muito vento
Aqui
nasce a nova alegria.
No
retrato do fundador
Senhor
Armando é sorriso
Os
doces são um amor
No
meu vazio indeciso.
José do Carmo
Francisco
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