JORNALISMO EM DESTAQUE

485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Da Califórnia de João Bendito


DUZENTOS ANOS!
A FILARMÓNICA DOS MÚSICOS NEGROS

Uma data que passou desapercebida a muitos Graciosenses.

Foi a 28 de Setembro de 1818 que aportou à baía da Calheta, em Santa Cruz da Graciosa, um veleiro propriedade dum rico imigrante que fizera fortuna no Brasil. Para além de muita mercadoria, o navio também transportava uma preciosa carga: um conjunto de músicos, escravos negros, que o magnata luso-brasileiro fez questão de trazer até à sua terra natal.

Pensa-se que foi esta a primeira filarmónica organizada e que terá, durante dois anos, abrilhantado festas por toda a Ilha Branca. Infelizmente a sua partida da ilha tomou aspectos trágicos, pormenores que descrevi, de forma romanceada, em crónica a incluir num possível livro –“BARRO VERMELHO – ILHA BRANCA” – que, espero, possa ser publicado num futuro próximo.

Para além desta estória, tentarei levar até vós outros episódios da vida graciosense, alguns deles pouco conhecidos: a revolta originada pela perseguição policial ao curandeiro “Bicharedo”, o acidente dos pioneiros da aeronáutica polacos cujo avião (em 1929) caiu no lugar da Brasileira ou as aventuras dos mergulhadores-espiões franceses. Tudo isto misturado com as minhas recordações das férias de Verão passadas em casa dos avós maternos, descrevendo cenários relacionados com as vindimas, as festas populares, a caça à baleia ou os passeios ao lugar mais bonito do Mundo, a baía do Barro Vermelho.

A publicação deste livro será como que a minha viagem de retorno à terra da minha Mãe, ao convívio com tios, primos e amigos, uma viagem que me demorou quase cinquenta anos a concretizar. Espero não atraiçoar as memórias, algumas já difusas e longínquas, nem desvirtuar a preciosa ajuda que tenho merecido de bons amigos – da Mercês, do Manuel Jorge, da Libinha, do Tony, do Luciano, da Lena e de muitos outros mais. 
E para que algumas destas estórias não caiam no esquecimento, como parece ter acontecido com a Filarmónica dos Músicos Negros, porque “É na memórias que outra vida hiberna”, disse – e muito bem- Vitorino Nemésio.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

Sem comentários:

Enviar um comentário