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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Uma viagem ao passado



Outubro de 2011 

Euclides Álvares, Diretor do Programa Voz dos Açores (Califórnia)
Roberto Carlos é um grande HOMEM

Por: Carlos Alberto Alves

Natural da ilha Terceira, concretamente da freguesia de Santa Bárbara, Euclides Álvares, à semelhança de muitos outros conterrâneos, emigrou para os Estados Unidos, fixando residência no Estado da Califórnia. Já transportando o bichinho da rádio, fundou, há mais de 30 anos, a Rádio Kigs (WWW.kigs.com) e para além disso é Diretor do Programa Voz dos Açores, com o qual, por vezes, colaboramos aos sábados.

Nesta sequência de entrevistas que nos propusemos trazer à estampa no Splish Splash, Euclides Álvares acedeu ao nosso convite. Aliás, conhecendo bem Euclides Álvares, outra coisa não era de esperar.

1 - Foi difícil adaptar-se ao sistema americano?

EA - Como toda a pessoa que emigra, a adaptação é sempre muito difícil muito mais quando enfrentamos a barreira da língua.
Feliz do homem que não necessita sair da sua terra para ganhar o pão para si e para os seus em terra estrangeira.
Como toda a pessoa que emigra, a adaptação é sempre muito difícil muito mais quando enfrentamos a barreira da língua.
Feliz do homem que não necessita sair da sua terra para ganhar o pão para si e para os seus em terra estrangeira.

2 - Ser emigrante é o mesmo que dizer que... sair da terra-mãe na busca de melhores condições de vida?

EA - Certo. Embora isso também depois traga vantagens especialmente para os filhos. Pois assim podem tirar o melhor de duas culturas e fundi-lhas numa só.

3 - Alguma vez chorou com saudades da terra, o que por norma acontece logo após a chegada ao país de acolhimento?

EA - Quando emigramos, eu e a minha mulher em 1973, a primeira carta que ela recebeu dos seus pais foi a dizer que o avô paterno tinha falecido. Depois a adaptação ao novo trabalho, a falta dos familiares, dos vizinhos e amigos. Involuntariamente as lagrimas, especialmente nos dias festivos, corriam pelas faces. É a vida na sua maior dureza.

4 - Mas, volvidos todos estes anos, sente-se um homem realizado, social e profissionalmente falando?

EA - Logo à partida vi que estávamos num país de oportunidades e descobrimos o segredo: Trabalhar, trabalhar e poupar. Depois vieram os dois filhos, etc.
Nasceu com o mais velho o programa 'VOZ DOS AÇORES' e já estava integrado numa boa roda de bons amigos. Pertenci e ainda pertenço a algumas sociedades culturais, religiosas e de utilidade comunitária e a vida com altos e baixos foi andando nestes 38 anos de Califórnia.

5 – A comunidade açoriana, da qual faz parte, é hoje uma das forças vivas da Califórnia e não só?

EA - A Comunidade portuguesa-açoriana neste estado recomenda-se. É bem organizada a nível comunitário, temos gente que com o seu talento conseguiu arranjar fortunas especialmente na área da agro-pecuária, pescas e outros negócios. A nível cultural temos muitíssima gente formada nas grandes Universidades Americanas. A comunidade conta com 14 Filarmónicas, 102 irmandades do Divino Espírito Santo, 7 equipas de Futebol, 4 igrejas nacionais portuguesas, 3 organizações de Assistência à nossa gente, mais voltadas para a terceira idade.

6 - O seu programa onde começou?

EA - Fundei o meu programa em Março de 1978 e durante 23 anos e meio foi transmitido na estação KLBS em Los Banos. Dado ser uma estação que cobre somente 3 Condados resolvi há 10 anos mudar para a KIGS por ser a estação portuguesa mais potente de toda a America do Norte e a primeira que foi para a internet, pois pode ser escutada em www.kigs.com além do 620 AM.

7 – O Euclides é o Diretor do Programa Voz dos Açores. É uma forma de aproximar os açorianos emigrados e, também, agora via internet, aqueles que se encontram a residir no arquipélago?

EA - Estou consciente que nestes quase 34 anos a 'VOZ DOS AÇORES' deu a sua contribuição nem só a manter a comunidade unida como a que nunca fosse cortado o cordão umbical entre os que partiram e os que ficaram nas nossas terras de origem. Claro que estarmos na internet deu-nos a vantagem de melhor unir toda a diáspora espalhado pelas cinco partidas do mundo

8 – Voz dos Açores tem intervenções de vários países e, claro está, como não podia deixar de ser, da região açoriana, nomeadamente da ilha Terceira, ao cabo a sua e nossa terra natal?

EA - Dado ter viajado muito, Macau, Hong-Kong, Zuhai, Canadá, Brasil, Portugal Continental, varias dezenas de vezes aos Açores, ser colaborador da Antena 1, ter estado alguns nas Manhãs de Sábado e agora no Cruzeiro da Radio, deu-me vantagem de ter muitos colaboradores em diferentes países, que vieram enriquecer as 4 horas semanais do programa que ao longo da sua existência angariou mais de um milhão de dólares para fins de caridade.

9 – Preferencialmente, música portuguesa, com forte incidência na regional, ou seja, a que se denomina por “made in Açores”?

EA - Nunca deixei de transmitir a música das nossas ilhas. E devo realçar que sempre e unicamente é a música portuguesa que é passada.

10 – Pelo que conheço do Euclides, é um fã do Roberto Carlos?

EA - Reconheço no ROBERTO CARLOS um dos melhores artistas mundiais e um Homem de H grande como humanitário.

11 – É do meu conhecimento que um dos seus desejos era entrevistar o Rei, mas isso se torna para já impossível, atendendo a que Roberto Carlos tem exclusividade com a Rede Globo e como ele próprio diz “nada de entrevistas pelo telefone”. Aliás, essa possibilidade só existe aquando das Conferências de Imprensa (no Brasil diz-se coletiva). Ao concretizar, seria, em parte, um marco histórico para o Programa Voz dos Açores?

EA - Claro, entrevistar uma figura mundial será sempre um marco histórico para qualquer jornalista ou órgão de comunicação social.

12 – Por outro lado, e já que Roberto Carlos tem feito shows nos Estados Unidos, nomeadamente em New York, seria também interessante que o Rei passasse pela Califórnia?

EA - Seria muito bem vindo a Califórnia

13 – A Kigs passa música de Roberto Carlos?

EA - Tanto na programação da KIGS como nos produtores independentes, o meu caso, é passada a música dele. Pois também contribuímos para que ele tenha mesmo 'UM MILHÃO DE AMIGOS'.

14 – O Euclides já entrou no Portal Splish Splash? No caso afirmativo, o que pensa da qualidade deste Portal e, também, se possível, sugerindo algo para a sua melhoria, uma vez que não somos perfeitos e aceitamos criticas e sugestões?

EA - Sim algumas vezes vou visitar o portal que tem uma grande implementação aí no Brasil.

15 – Ainda vai continuar a fazer rádio por muito tempo?

EA - Só Deus o saberá.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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