Qualquer que seja o jornalista sente-se mais motivado quando é indicado e/ou convidado para fazer reportagens no estrangeiro. Não fui exceção à regra e devo dizer, antes de mais, que as minhas deslocações foram enriquecedoras, nomeadamente no que diz respeito às grandes reportagens. Comecei por, em 1982, estar presente na Copa do Mundo, em Espanha, seguindo a Seleção do Brasil (Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, para citar apenas estes) e que, infelizmente, não logrou o almejado desiderato, quedando-se pela meia-final onde perdeu com a Itália (aquele “malandro” do Paolo Rossi, marcou três) por 3-2. Na noite do jogo, melhor dizendo, após o seu termo, deparei com centenas de brasileiros chorando pelas ruas, pesando os efeitos da derrota que impossibilitou o “escrete” de chegar à tão ambicionada final. Uma noite desconsolada para os brasileiros, para nós também que torcemos pelo Brasil, interiormente, é claro, porque nos relatos que fiz, primei pela isenção, como, aliás, foi sempre meu timbre. Quando vi alguns brasileiros em Madrid, sentados no chão, derramando lágrimas, não as contive, ou seja, chorei com eles. Por outro lado, foi importante ter conhecido muita gente que emanou do país-irmão para apoiar a sua seleção, uma prática muito usual em todas as Copas do Mundo.
Aos Estados Unidos da América do Norte registo oito presenças e cinco ao Canadá. Diziam os amigos e conhecidos que eu já era um “habitué”. Realmente, estava em casa com tantos emigrantes portugueses à minha volta. Acompanhei as equipas do Lusitânia e do Angrense, depois os veteranos do Lusitânia ao Canadá. Mas sempre aproveitei para conhecer situações (fatos, casos, etc.) diferentes e trazê-las até junto do leitor, servindo de paradigma a “Cadeira Elétrica” (toquei com a mão na parede exterior do edifício, para ter a sensação de que lá estava), edifício das Nações Unidas (lá encontrei Carlos Cruz na embaixada de Portugal com o estatuto de relações públicas), Bolsa de Nova Iorque (que belo dia a ver subir e descer as cotações, num amplíssimo auditório), para citar apenas estes exemplos. Uma sensação diferente, escrevendo aspectos interessantes, inclusive quando, no ano de 2000, acompanhei os atletas portugueses (cerca de uma vintena) que participaram na famosa corrida pedestre de Nova Iorque. Que grande evento, que grande elo de amizade entre povos de diversos países. Simplesmente, impressionante!
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