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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Da poetisa-escritora FÁTIMA QUADROS


GUARDIÃO DA NOITE

A verdade tem olhos verdes 
Azuis 
Verdes 
Azuis... 
Verdes ou azuis? 
Decida 
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios”... VIVA
E nunca despreze os imortais... 
O dia amanhece! 
Acorda! 
Você está vivo! 
Ou feche a porta...
Se assim o desejar 
Alegre-se
A noite também tem seus encantos. 
Poeta!
Poeta?
Então este é o mundo dos poetas?
O mar...
O firmamento...
O infinito... 
O ontem... 
O hoje... 
O amanhã... 
Para ele o tempo não existe... 
E sob seu olhar
Só a realidade da alma... 
Mas, seus olhos são verdes...  
Azuis
E sombria a esperança 
Sombria?
Sou “Pessoa” 
E acabo de chegar...!
Para lhe declamar o fruto de meus afazeres Noturnos 
Afinal, é noite ou dia? 
Sem poupar as flores... 
As estrelas... 
Pimenta e canela...
A moça deixa a janela entreaberta para a serenata adentrar...
Com seu aroma fatal... 
Ela não dorme e sua alma acesa 
Deriva... 
Em carne viva o guardião da noite,
Vê tudo o que acontece ao seu redor...
A semente que germina...
Tudo dependerá da imensidão dos pesadelos e dos versos do poeta.
Enquanto a vida chega trazendo pela janela...
Da janela...
Aquela que a moça deixou de cerrar...
O vento...
Os grilos... 
O poeta escreve 
E alguém ao ler
Sente que na vida nem tudo é escuridão... 
E adormece.
Então, onde há mundo... 
A vida sonha...
Sonha com outras vidas... 
Fermenta em busca de outras vidas...
Viver é fermentar
E nunca deixar de sonhar...
Todos somos poetas na travessia da vida... 
Ao olhar dos homens a conjugar 
EU
TU
PESSOA
CAMÕES... 
E viver é nascer todos os dias... 
Escolhemos a estrada... 
A viagem e a história prosseguem...
Assim como a manhã
A tarde chega para todos
E com ela a noite fecha o círculo...
E todo verso sentido tem valor para ser vivido
A vida inteira. 
No banco dos réus 
O poeta escreve seus amores... 
Venha
Largue tudo que você está fazendo
E venha
Sentar-se comigo... 
À beira do rio... 
Enquanto durar esta hora... 
Vamos caminhar... 
Ergue-se de asas
E aproveite a tarde para desenhar... 
Neste céu azul onde gaivotas voam sem se Preocupar com relógios.   

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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