Suspiram de tristeza, os lençóis gelados de linho,
Manhãs solarengas e cinzentas, gemem ao acordar,
Escapam, subtis, por entre os dedos os soluços,
As lágrimas, essas, estão cansadas,
incomodadas e desiludidas,
Os castelos de beijos, desmoronaram-se,
Eram dunas famintas de maresias vivas,
Bailam, sombras de papoilas roxas,
Nos cantos do ar que me abraçou,
Nos encaixes da alma, desespera a fria indiferença,
Salta a dor, trajada de lentejoulas negras,
O sol, esse, apagou-se, com a ironia das flores de chuva,
Ajoelham-se, folhas mortas, da azinheira velha,
que nos viu beijar,
A mata de vimes afogou-se nas águas escuras,
Desgostosa, com a morte dos delfins decapitados,
Perseguidos por rosas de chumbo e cravos de canela,
Em noites acesas de penumbra,
Feridas, em labaredas de silêncios vermelhos.
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