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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Da poetisa-escritora Manoella Calheiros


Suspiram de tristeza, os lençóis gelados de linho,
Manhãs solarengas e cinzentas, gemem ao acordar,
Escapam, subtis, por entre os dedos os soluços,
As lágrimas, essas, estão cansadas, 
incomodadas e desiludidas,
Os castelos de beijos, desmoronaram-se,
Eram dunas famintas de maresias vivas,
Bailam, sombras de papoilas roxas, 
Nos cantos do ar que me abraçou,
Nos encaixes da alma, desespera a fria indiferença,
Salta a dor, trajada de lentejoulas negras,
O sol, esse, apagou-se, com a ironia das flores de chuva,
Ajoelham-se, folhas mortas, da azinheira velha, 
que nos viu beijar,
A mata de vimes afogou-se nas águas escuras, 
Desgostosa, com a morte dos delfins decapitados,
Perseguidos por rosas de chumbo e cravos de canela,
Em noites acesas de penumbra, 
Feridas, em labaredas de silêncios vermelhos.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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