Foi no Carvalho Araújo que fiz a minha primeira viagem para Lisboa a fim de seguir para Angola. Em Lisboa, para me encaminhar para o Depósito de Adidos da Ajuda, estava no Cais de Alcântara o Tenente Orlando Ramin que, por ironia do destino, muitos anos volvidos veio para a Terceira treinar o Lusitânia. Nesse sida, à noite, jogava o Benfica com a Académica e eu conversei com o Ramin para ser dispensado com o intuito de ir ver o jogo. Foi fácil sair do quartel com a ajuda do Tenente Ramin. Eu e o Eduardo Silveira (conhecido pelo Eduardo do Ténis, visto que o pai era o contínuo do Lawn Tennis Clube) que também estava de partida para Angola. Ainda ficamos quase um mês em Lisboa.
O Carvalho Araújo estava para sair da Terceira à noite, mas, inesperadamente, o tempo piorou e todos os passageiros foram avisados para se dirigirem para o Porto das Pipas a fim de embarcarem a partir das 14 horas desse domingo. Escusado será dizer que a viagem até São Miguel foi de reboliço e muitos passageiros mal saíram dos respectivos camarotes.
De São Miguel para a Terceira, seguiu uma família micaelense que a nós dois se familiarizou. Mais tarde, procuramos essa dita família na hospedagem onde se encontravam e deparamos com um triste cenário, isto é, a filha do casal tinha sido atropelada por um autocarro e teve que passar por uma cirúrgia de urgência. Alegrou-se quando nos viu entrar nos seus aposentos. Mas confesso que sentimos uma enorme sensação de tristeza e não era para menos. Dois dias depois, eu e o Eduardo Silveira partimos para Angola no Paquete Pátria com escalas na Madeira, Canárias e São Tomé e Príncipe. Nessa viagem muitos civis que iam tentar a sua sorte por terras angolanas.
Sem comentários:
Enviar um comentário