Da poetisa-escritora Maria Azevedo

Feliz aquele que dança, que canta, que brinca, que ama. 

Feliz aquele que sonha, que ousa, que tenta.

Feliz aquele que pede, que grita, que chama.

Feliz aquele que pensa, que cria, que inventa, que ensina.

Feliz aquele que cantarola, que enrola, que desenrola, que cola.

Feliz aquele que mata a saudade, a tristeza, as horas.

Feliz aquele que permite, que abre mão, que deixa ir.

Feliz aquele que entende, que compreende, que se compraz.

Feliz aquele que tenta e não se entrega, e luta, e reluta e refaz.

Feliz aquele que começa e que termina, que abandona, que foge ou que se distrai.

Feliz aquele que faz o que lhe faz bem, que tem o que lhe permite e que sabe agradecer por cada coisa que recebe.

Feliz o que sorri, mas também o que chora - porque a felicidade é o que está no presente, nas horas que temos e no que podemos sonhar por agora.

Feliz o que compreende que a vida é feita apenas das horas do hoje, do já, e não vive da ilusão e da agonia do amanhã, e nem da tristeza do ontem, que jamais mudará.

Feliz o que vive.