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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Crónica para recordar - Eu entendo Roberto Carlos


Eu entendo Roberto Carlos

Vou começar por aqui, pegando nesta revelação de Marisa Montes que participou na gravação do Especial de Fim do Ano da Globo:

"O Roberto é uma referência de vida inteira, são anos ouvindo a voz dele. É uma voz familiar, que traz um conforto. Cantar junto é sempre inspirador. Ele tem uma qualidade como cantor que eu adoro que é a clareza do discurso, ele sabe valorizar a palavra cantada. Você ouve e na primeira audição, você está totalmente envolvida naquele discurso todo. É uma qualidade rara, é simples, coloquial e direto", disse Marisa.

Ora, a notícia que veio a lume no que concerne a Roberto Carlos diminuir a sua atividade por orientação médica, entristeceu muitos dos seus fãs. Mas assim vai ser. Vejamos:

Roberto gravou nesta terça-feira nos estúdios da Globo seu especial de fim de ano. Depois de retornar do exterior, ele passou os últimos dias conciliando os ensaios do programa com sua agenda de shows. Ele se apresentou no Rio no último fim de semana e volta ao palco no mesmo local no próximo. Até o fim do ano, o cantor tem mais oito apresentações agendadas em São Paulo, Minas Gerais e novamente no Rio, encerrando o ano com um show no dia 21.

O Rei só retorna às atividades em fevereiro de 2017, quando vai cantar num resort da Praia do Forte, na Bahia, dentro do Projeto Emoções, agora em terra firme.

Fico altamente revoltado quando pessoas afirmam que Roberto Carlos já devia se ter retirado da cena artística, sobretudo quando chegou aos 70 anos de idade. Não é novidade alguma o facto de Roberto ter muito dinheiro, fruto do seu trabalho e consequentemente do seu talento. Não é por mero acaso que é considerado o maior cantor romântico da América do Sul.

Eu entendo Roberto Carlos ao manter-se em cena com vários shows durante o ano. Pelo dinheiro apenas? Claro que não. Claro que Roberto vive demasiado a sua profissão com mais de 50 anos ininterruptos. É obra. Uma obra que fica para muitas e muitas gerações. Falo por mim que comecei a ouvir Roberto Carlos muito jovem.

Dentro da relatividade das coisas, compreendo essa perseverança do rei, uma vez que eu, com quase 53 anos de carreira (a 10 de março próximo) ainda me mantenho na escrita como acontecia há uns anos atrás. Não há dia que não escreva. E por vezes tenho este pensamento: da minha geração, sou o único dinossauro que ainda se mantém ligado ao fenómeno jornalístico e, como tal, já devia ter colocado um ponto final. Confesso que, por bastas vezes, pensei em fazê-lo, mas, por outro lado, e dentro de uma verdade tão visível para quem me acompanha nesta encruzilhada, o bichinho tem sido mais forte. Com Roberto Carlos o mesmo se tem passado, mas, agora, meu caro Roberto chegou a hora de diminuíres o trabalho. Os fãs, os amigos verdadeiros, os que não são invejosos nem detratores em relação à tua pessoa, jamais deixarão de estar ao teu lado. E tu, Roberto, serás eterno com as milhares de gravações feitas, espalhadas pelos quatro cantos do mundo. E quando se fala no Brasil, e com Pelé  no “banco dos suplentes”, logo se acrescenta: Brasil o país do rei Roberto Carlos. Vive Le Roi!
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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