ACEITA-SE A OFERTA DAS CASTANHAS E DEPOIS DIZES QUE NÃO QUERES!
Hoje, lembrei-me doutra situação passada comigo e com mais um dos meus irmãos.
Claro que quando a gente fica solteira mais tempo, como foi o meu caso, tinha muitos pretendentes...alguns chegaram a dizer-me, outros, eu nem sabia, mas as outras pessoas falavam-me nisso.
Então, certo dia, ali perto do Pão Por Deus, tempo de castanhas, havia um colega de trabalho do meu irmão que vivia nos Biscoitos, tinha muitas castanhas e das melhores.
Em conversa com o meu irmão, perguntou-lhe se ele conhecia alguma rapariga que quisesse casar com ele. O meu irmão não hesitou e respondeu-lhe que sim. Que tinha uma irmã que estava almejando para casar. Só que em troca desse hipotético casamento, ou namoro, para iniciar, ele teria de lhe oferecer castanhas e das melhores.
Eu não sabia dessa conversa, até ao dia que o meu irmão me disse:
- Olha que fulano vem cá no próximo Domingo, e traz um saco de castanhas. Não vi nada de mal nisso. E acrescentou - Só que ele vem atrás de ti para te pedir namoro. Eu é que lhe disse que tinha uma irmã que era bonita e jeitosa para ele. Ele ficou logo entusiasmado. Mas claro que a gente aceita as castanhas e tu dizes que não queres.
Mais uma vez, um dos meus irmãos tinha-se lembrado de fazer uma espécie de negócio à minha custa.
Lá chegou o tal Domingo, quando eu vigio e vejo parar o autocarro. Quem havia de sair, o dito rapaz com o saco das castanhas na mão e a dirigir-se para a nossa casa.
Bateu à porta e o meu irmão abriu-lha. Ele entrou, mas mal me deitou os olhos em cima, pois eu afastei-me. Então o meu irmão recebeu as castanhas e quanto ao assunto do casamento, ele disse-lhe que tinha falado comigo. Afinal, ficava sem efeito, pois eu não queria casar.
Lá se foi o rapaz cabisbaixo. Não era para menos, tinha vindo em vão. Penso que não levou as castanhas de volta com vergonha, mas a vontade estava.
13-05-2019
Graziela de Melo da Rocha Veiga

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