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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Da poetisa-escritora Manoella Calheiros - DO FUNDO DO TEMPO






DO FUNDO DO TEMPO 
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Chegou do fundo do tempo
Onde tempo não havia
Com asas feitos de vento
E mundos de fantasia

Trazia preso à garganta
Um lado triste e sombrio
E a sua dor era tanta
Que se tornou desvario

Trazia rosas nos braços
Para dar na vida a esmo
E nuvens nos olhos baços
Dos cansaços de si mesmo

Trazia à volta dos dedos
Farrapos de claridade
E nos cabelos segredos
Amarrados de saudade

Trazia algo de novo
À noite de cada rua
E a roupagem do Povo
Vestia-lhe a face nua

Chegou da alma sombria 
Onde a tristeza se agarra
Era o Fado que nascia
Nas cordas duma guitarra

Não te procures no tempo,
Não fiquei no caminho,
O meu tempo é hoje,
Aqui e agora,
Vai morrendo para quem não tem aspirações,
Nem sonhos e fantasias.
Já não moro nos subúrbios da saudade,
Sou muito mais daquilo que tu querias que fosse,
Sou eu para quem as derrotas são muitas vezes vitórias, 
Vestidas de triunfos e engalanadas de surpresas,
Não te preocupes no tempo,
Ele passa, morre e não ressuscita.
Enquanto os sonhos engravidam.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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