Uma hecatombe!
As eleições europeias, como se previa, foram uma hecatombe em termos de participação.
É preocupante o que se está a passar em Portugal, o único país europeu onde o fenómeno abstencionista assume resultados escandalosos.
Nos Açores a gravidade ainda é maior, já que batemos todos os recordes inimagináveis.
Se os partidos continuarem a fingir que estão preocupados, sem fazerem nada, arriscam-se a falarem sozinhos nas campanhas e a elegerem candidatos sem representatividade popular nenhuma.
É urgente alterar o sistema eleitoral, chamando mais os cidadãos a participar na escolha dos candidatos, abrindo a participação a candidaturas independentes e corresponsabizando mais os eleitores ao longo do mandato e não apenas durante as campanhas eleitorais, altura em que os eleitos se lembram de se aproximar dos eleitores, pensando-se também em introduzir novos instrumentos que facilitem a participação eleitoral, nomeadamente o voto electrónico.
Quanto aos resultados partidários nos Açores, estão praticamente em linha com os nacionais, com a vitória esperada do PS, o único que apresentava um candidato em posição elegível, a queda prevista do PSD, a subida esperada do Bloco de Esquerda, a surpresa do PAN e o desaparecimento do CDS.
A vitória do PS nos Açores foi menor do que a de há cinco anos, perdendo à volta de mil votos, mas não deixa de ser uma boa vitória, atendendo ao fosso que continua a manter em relação ao segundo, o PSD, que também perde votos.
É verdade que o PSD não tinha candidato nos Açores, mas a forte queda fará com que os responsáveis sociais-democratas reflictam muito sobre os próximos combates eleitorais, nomeadamente as legislativas de Outubro próximo e as regionais do próximo.
Resta agora aos partidos retirarem as lições destes resultados, sobretudo relativamente à abstenção, e preparar as próximas eleições com maior proximidade aos eleitores e mais mobilização.
Osvaldo Cabral
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