(GUILHERME CARVALHAL)
O INESQUECÍVEL DEPÓSITO DA TABACARIA ESTRELA
O depósito da Tabacaria Estrela, que funcionava ao lado da Farmácia Central, era sempre frequentado por lusitanistas amigos de Guilherme Carvalhal, um homem de fino trato e que sempre acolheu todos com aquela sensibilidade que nos levava a uma agradável cavaqueira, maior incidência para o futebol e touros, duas das grandes paixões do “patrão” Carvalhal. Foi dirigente do
Lusitânia e, tal como os outros irmãos, também se apresentou na antiga Praça de Touros de São João para umas faenas, no tempo em que de fato surgiam estes valores, citando ainda, e entre outros, João Borba, não esquecendo uma seguinte geração em que foi figura de proa Berto Pacheco.
Ali no depósito da Tabacaria Estrela, que abria às 9 e encerrava às 18, o nosso velho amigo Elvino Coelho Bettencourt, grande legenda do futebol açoriano quer como jogador quer como treinador, montou o seu pequeno escritório onde, após a saída do Liceu de Angra, no qual era funcionário, passava à máquina uns atestados a pessoas que para o efeito deles necessitavam. E lá também, depois das 17H30, apareciam os amigos (eu próprio) João Ribeiro, Alberto Cunha, António Xavier Lopes e outros, juntando-se ainda ao núcleo de amigos do Guilherme Carvalhal o engenheiro Wherter Pinto Reis, Alvarino Forjaz, o seu irmão (pai da Margarida Forjaz) e D. José Sieuve de Meneses, não esquecendo, a espaços, o aparecimento do Frederico Bettencourt, cunhado do Guilherme Carvalhal e que tinha a “casa de bordados” nos Quatro Cantos. Era uma hora de muita alegria e até de discussão futebolística. Hoje diríamos a “hora da saudade”. Há realmente episódios da vida que jamais esquecemos. E o apreço que tínhamos por Guilherme Carvalhal do Canto Brum foi marcante. Aliás, com o “patrão” (Guilherme) e com o irmão Carlos sempre estive à-vontade. Mas, como tudo tem a sua sequência e as raízes não se perdem, essa amizade continua com os filhos Guilhermino e João, este último encontrei-o várias vezes na cidade da Horta quando ele por lá andava a lecionar.
E, claro, que não podíamos encerrar este trabalho sem deixar registado uma palavra de muita simpatia para com o Fernando Corvelo que, com um contínuo sorriso nos lábios, nos recebia afetuosamenete na ausência do patrão. A essência era a mesma e o Fernando já sabia que os amigos, diariamente, ali marcavam o seu encontro. Valeu meu amigo “churica”.

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