UM CERTO AMOR
Amanheceu risonha,
queria até cantar e saltitar.
Sentiu - se leve como passarinho
que, livre, se solta no ar!
Sua alma agora não mais implora
não se sente mais tristonha
e nem mesmo o seu "eu" chora,
pela perda daquele amor.
O primeiro raio de sol surgiu,
batendo timidamente em sua janela
para ali parar e lhe admirar.
Sentiu - se mais jovem e até bela!
Com o coração acelerado a palpitar,
sentiu a vontade de se doar
e esquecer aquele acre temor,
de nova rejeição aceitar.
Havia tanto o que fazer!
Um pouco de tontura até sentiu.
A paz acalmou seu coração,
e a lágrima silenciosa lhe deu emoção!
Dirigiu - e ao Asilo que seu pai construiu
e viu nos olhinhos cansado dos internos,
a única e cruel dor : a Solidão!
Sentiu - se forte e ali entrou
Tinha agora uma razão para viver.
Um amor incondicional, sem pudor,
expresso naqueles olhos cansados e ternos,
que ansiavam tanto por carinho,
naqueles anjos do Senhor!

Sem comentários:
Enviar um comentário