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sexta-feira, 28 de junho de 2019

A OUTRA SENHORA DOLORES


A OUTRA SENHORA DOLORES

Por ora não vou falar da minha mãe Dolores, da minha tia Dolores (já falecida há muitos anos), da Carmen Dolores, da Maria Dolores que o Guy Fernandes cantava (que vozeirão) e de outras pessoas com o mesmo nome e que, por exemplo, aqui no Brasil, não é muito usual, bastando, para o efeito, constatar no facebook que é uma raridade encontrar-se uma Dolores.

Nesta encruzilhada em que faço jornalismo, quase a atingir os 48 anos (a minha primeira crónica a 10 de Março de 1964 no jornal “Ecos do Marítimo”), posso dizer que, em termos de tecnologia, e até aos dias de hoje, passei por tudo. Mas, na verdade, os momentos mais difíceis foram aqueles em que, apenas, se utilizava o telefone via-chamadas-operadora, isto é, pedir uma chamada para determinada hora quando de tratava de uma necessidade para o exterior, nomeadamente Terceira-Lisboa e vice-versa, para apenas nos situarmos aqui. Ora, quando entrei no jornal “A Bola” tive, em certas ocasiões, que utilizar este processo, designadamente no que respeita a jogos da Taça de Portugal, cuja crónica tinha que seguir pouco tempo após o termo do respectivo jogo. Era, de fato, um momento de stress quando se pedia uma chamada para as 20 horas (exemplo) e ela só chegava duas horas depois. Isso aconteceu algumas vezes, mas, depois, por sugestão de uma pessoa amiga, comecei-me a virar para a D.Dolores, mãe do José Manuel Baião, tia do Orlando Couto e da Oswalda. Lógico que essas chamadas eram solicitadas para a central (CTT) que funcionava em São Miguel. Mas, como o filho também já tinha o bichinho do jornalismo, D.Dolores, que quanto sei faleceu há cinco anos atrás em Ponta Delgada, sempre se disponibilizou para nos ajudar e, inclusive, quando não estava de serviço, para o efeito intercedia junto da colega que lá estava nesse posto de trabalho. Posso dizer que fui um sortudo ao conhecer, profissionalmente falando, a D.Dolores, prestativa q.b. dentro das suas próprias possibilidades. E mais posso referir que nunca tive problema algum de uma crónica chegar à redação de Lisboa com o jornal praticamente fechado, graças ao empenho e esforço desenvolvido por essa extraordinária amiga que também desejo que faça parte da minha equipa no “outro lado da vida”. Se agora já temos o “Zé Carlão” como recepcionista, a D.Dolores encaixa bem nesse grupo como telefonista, pela sua lata experiência e, sobretudo, pelo seu dinamismo. Quando reconhecia a minha voz, já perguntava: para que horas é que deseja a chamada?

D.Dolores foi um prazer tê-la como amiga e devo-lhe favores que hoje nunca esqueço. Que descanse em PAZ e fica desde já combinado que vamos contar consigo para enfileirar o grupo de açorianos que farão parte da empresa que irá laborar “o jornal do outro lado da vida”. Contamos consigo. Já vou “telegrafar” ao JD Macide para ele colocar no dispositivo da “empresa-jornal-do-outro-lado-da-vida” o seguinte: telefonista em full-time, D.Maria  Dolores Rocha Rego Baião.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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