SEM PAI
Soube que hoje que numa escola da Grande Lisboa os alunos do Básico não fizeram presente para o Dia do Pai, porque “há meninos que não têm pai”.
Pensei que a referência era às crianças cujos pais já teriam morrido ou estando separados da mãe, tinham perdido contacto com os filhos. Achei absurdo. O Dia do Pai é no dia de S. José — e certamente que há um São José nas suas vidas, seja o padrasto ou o pai do pai, ou o pai da mãe, ou um tio. Fui ingénua. Aparentemente o que foi explicado às crianças é que “há meninos que têm duas mães e não têm pai”, ou “dois pais e não têm mãe”. Indignei-me a sério.
Se há meninos que têm duas mães ou dois pais, acho óptimo, mas não há meninos que não têm pai, nem meninos que não têm mãe. Não existe tal coisa.
O ensino em Portugal tem por base o método científico. Por muito que os pais de um aluno acreditem que 2 e 2 não são 4, ou que a terra não anda à volta do sol, tenho a legítima expectativa que a escola não altere o programa de Matemática ou de Ciências para lhes agradar. Na nossa ânsia de tolerância, não pode valer tudo. (Isabel Stilwell)
[O título é da minha autoria]
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