TAXAS E CONSENSOS
Li, por alto, que foi aprovada a
abolição das taxas moderadoras na saúde.
Tenho ido ao Centro de Saúde da Horta
-- cuja organização melhorou no últimos tempos de forma muito nítida e positiva
-- e pago € 2,00 por uma consulta.
Também tenho ido, mais ou menos uma vez por ano, fazer exames
complementares de diagnóstico (análises, como se costuma dizer) e pago cerca de
€ 17,00.
Perguntam-me
sempre se estou isento, o que pressupõe que há quem esteja, presumindo eu que
quem não paga é porque está dispensado por causa das suas condições económicas.
Portanto,
acho que as coisas estão a funcionar bem assim. Aliás, lembro-me de, há uns
anos, no debate sobre a criação destas taxas, quase toda a gente lhes dar o seu
aval uma vez que se sabe que o Sistema Nacional de Saúde precisa de dinheiro.
Agora,
que estamos perto das eleições -- já não bastavam os passes sociais -- toca a
acabar com as taxas moderadoras. E todos os partidos na Assembleia da República
se juntaram, exceção feita ao CDS.
Isto
também me traz à memória aqueles debates para inglês ver em que todos dizem que
o País precisa de reformas «estruturais» e de «consensos alargados» para poder
ir para a frente.
Está
provado que se trata de demagogia pura, pois sempre que as eleições estão por
perto há sempre alguém que resolve tomar uma iniciativa que caia bem ao povo e
desbarata qualquer esforço estruturante em direção ao futuro. E ninguém fica
atrás neste desvario à cata do voto.
Afinal,
há «consensos alargados», mas ao contrário.
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