Hoje ao ver estas fotos de botes baleeiros á vela recordei-me de uma história que aconteceu comigo quando eu tinha 7 ou 8 anos. Estávamos no Monte de Ajuda e nesse dia estavam a balear ao norte da ilha mesmo em frente a Santa Cruz, longe no horizonte. Era dia de festa e depois da missa toda a gente ficou a admirar a Vila de Santa Cruz. Eu estava com amigos meus e de repente disse: Os botes estão a balear á vela.
Não querem ver que toda a gente prestou atenção ao que eu disse e ninguém conseguia ver o que eu via. Eh rapaz, o que é que tu estás a ver, disse-me alguém com voz forte. E eu, mansamente, repeti que estava a ver dois botes á vela no horizonte. Eh pá, cala a boca, não estás a ver nada. Eu já estava rodeado de toda a gente. Então eu disse: porque é que não perguntam ao vigia da baleia, o que está a acontecer. Claro que o homem mais afoito correu para a vigia ao lado da Igreja e o Tio Chico confirmou o que eu estava a ver. Passei de tontinho para eles, para herói em menos de cinco minutos. A partir daí, eram só perguntas: E agora o que eles estão a fazer? Já baixaram as velas? Estão andar para a direita ou para a esquerda?
Foi nesse dia que me apercebi que via mais ao longe do que as pessoas normais. Quando vim para a California conseguia ler os letreiros das estradas muito antes que a minha família pudesse ler. Penso que hoje a minha vista ao longe deva ser normal.
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