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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Recordando crónicasa do passado - Os Sombras que nunca tiveram sombras


Os Sombras que nunca tiveram sombras

Carlos Alberto Alves

Eles foram (e ainda continuam a ser) o orgulho da cidade da Praia da Vitória, da ilha Terceira, dos Açores, e só não foram de Portugal continental porque nesse sentido não encontraram portas abertas, para mais que não havia televisão nos Açores. Apenas as rádios locais, Rádio Clube de Angra e Rádio Lajes, faziam eco das suas músicas, com origem nos anos 60. Se hoje eles estivessem no activo, com a idade daquela época, e com tantos meios de comunicação para os catapultar para uma fama ainda maior, “Os Sombras” estariam, por certo, no grupo dos mais cotados da música pop. Mas, hoje, felizmente, eles que praticamente são todos pais de família, e dispersos por New Bedford (USA), Toronto (Canadá), Porto Martins (Terceira), Lisboa (ainda a capital de Portugal? Claro que ainda é, mesmo “socratesada, cavacada e com outras terminadas em ada) e Fall River (USA), são recordados com saudade. Eles, Roberto Bettencourt, António Figueiredo (KIKO), Ilídio Gomes, Jorge Figueiredo e Carlos Madureira, ainda se encontram anualmente (duas ou três vezes) para, com as suas interpretações dos anos 60, deliciarem os seus numerosos fãs. E na Praia da Vitória, em cada Agosto (há quantos anos isso acontece?), lá participam nas Festas da Praia da Cidade onde realizavam os seus concertos, mormente nos bailes da esplanada do União Desportiva Praiense (carago, uma delegação do Futebol Clube do Porto). Com “Os Sombras” o recinto enchia literalmente.

Naquela época, e tal como acontece (salvo as devidas proporções) entre Lisboa e Porto, Rio de Janeiro e São Paulo, era notória a rivalidade entre Angra e Praia (felizmente hoje ultrapassada), mas, mesmo assim, muitos angrenses, aos sábados, se deslocavam à cidade de Vitorino Nemésio para dançar ao som das melodias do então mais popular conjunto musical que foi formado por influência dos Beatles, Rolling Stones, Beatles, Bee Gees e tantos outros dessa época áurea da música pop.

Eu, pessoalmente, com um grupo de amigos das noites praienses, praticamente não falhava uma actuação dos Sombras, o mesmo dizendo em relação a outros que, ainda hoje, na Terceira, em Lisboa, no Porto, no Canadá, nos Estados Unidos, vão acompanhando, via facebook, um pouco do quotidiano dos componentes do grupo que, conforme já referi, estão espalhados entre a Terceira, Lisboa, Estados Unidos e Canadá. Por isso mesmo, quando Os Sombras actuam em zonas da Costa Leste dos Estados Unidos, muitos outros emigrantes, amigos e fãs, marcam a sua presença, como aconteceu recentemente em Fall River e East Providence, cidades que bem conheço, porque lá estive algumas vezes em reportagem.

Sempre que tenho oportunidade, ouço umas músicas do nosso querido conjunto, sobretudo aquelas que, em vídeo, são colocadas no facebook. Apesar de, posteriormente, me ter transformado num dos maiores fãs do Conjunto Académico João Paulo (depois passou a João Paulo 70), nunca esqueci “Os Sombras” e, para com eles, tinha esta “dívida” de alinhavar um escrito em jeito de homenagem. E melhor ainda, publicá-lo no Portal Splish Splash, actualmente um dos mais badalados pela sua transformação e actualidade.

Quase que me esquecia do título com que encimei este artigo. Na verdade, “Os Sombras” nunca tiveram sombras. Foram sempre os melhores.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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