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domingo, 7 de julho de 2019

A história de três pês - Pichita, Pateira, Polícia


O PICHITA, O PATEIRA E O "POLÍCIA BATATA"

Hoje, gostaria de ver em filme esta história que protagonizou o Pichita e o Pateira que lançaram pânico na população terceirense por via dos seus furtos em casas. Dois que, sabiamente, conseguiam fugir da cadeia, voltavam, fugiam, até que um dia não fugiram mais, logicamente. Mas esta história também tem a ver com o “polícia batata” (era forte de cabeça, de inteligência é que devia ter pouca) que, vestido à civil, com outros colegas, andou muito tempo à procura dos dois delinquentes que se tornaram nas figuras mais badaladas do tempo em que ocorreram essas peripécias. Esse foi o período em que a nossa malta respirou um pouco, porque, na verdade, o “polícia batata” andava lá pelo mato à procura do Pechita e do Pateira. Quando ele passava para casa, subindo a Rua do Faleiro, e prestes a chegar à zona onde morava, a malta, em surdina, começava a cantar “o Pechita e o Pateira, são nossos amigos”. Pra lá... Ou como dizem os brasileiros “cruz credo”.

Claro que tudo isto terminou em mais uma audiência para julgar os atos do Pateira e do Pechita, funcionando o Tribunal de Angra onde hoje estão colocados os Serviços Municipalizados. Foi a primeira vez que eu assisti, por alguns dias, a um julgamento, que, bem vistas as coisas, pelo seu conteúdo, teve fases tragicómicas. Lembro-me que, do Corpo Santo, veio muita gente, certamente para ver o sorriso do “polícia batata” que se arvorou em grande herói pelo fato de ter capturado os mais temidos foragidos da época. Mas não foi só ele, naturalmente.

Nesse julgamento, recordo-me perfeitamente, o Dr. José Correia Bretão, não sei se advogado de defesa ou de acusação, teve um desenvolvimento digno dos maiores encómios. Aliás, era um advogado de grande capacidade e que, como todos sabem e se lembram, morreu fora do Campo de Jogos da Cidade pelo seu Lusitânia. Um dos jogos (Angrense-Lusitânia) em que não teve coragem de assistir e andava passeando entre a porta principal do campo e a saída para o Caminho Novo. Se não foi bem assim, peço desde já desculpas à família. 

Sinceramente, se fosse hoje,  este episódio criminal que envolveu o Pechita, o Pateira e o “polícia batata”, daria um interessante vídeo para ser colocado no nosso facebook e com armazenamento disponível 24 horas no You Tube. Está na moda...

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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