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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Da Califórnia de Filomena Rocha - ÁGUA VIVA - JÁ A MARCHA PASSOU!


In Portuguese Tribune 

ÁGUA VIVA - JÁ A MARCHA PASSOU!

Já a Marcha passou, dizemos todos, e normalmente com já o dizemos com nostalgia e uma pontinha de inveja e de pena porque ainda não foi a nossa vez de fazer parte desta alegria esfuziante, que são as Marchas de São João de Angra do Heroísmo. 

Todas as manifestações culturais, de alegria e de festa, são importantes para a nossa gente, desde que contribuam para o contentamento da sua vivência.
Cada vez mais, a nossa Cidade de Angra se transforma num verdadeiro palco de Talentos, que agora não vão só da Ilha Terceira. Se já há dez anos vinham os “Coriscos” da Ilha de São Miguel, tendo como líder a bonita e talentosa Lô Athayde, agora já vêm também outros talentos, da mesma Ilh com 3 marchas!  Também  de outras Ilhas, a saber:  São Jorge, Graciosa, Pico, Faial, Madeira, e se não me falha a memória, de Alenquer - Portugal Continental! Todas as presenças eram alegres e de figurino vistoso. Tudo contribui para o brilho da noite, com milhares de espectadores que em todas as ruas, cantos e recantos se aglomeram, sobretudo no Adro da Sé, para verem a marcha passar. Uma presença bonita e diferente, é sempre a Banda Filarmónica da Diáspora, que todos gostam de ver desfilar e que desta vez foi a Banda Nova Aliança de San Jose, da California, assim como as jovens das Cidades-Irmãs. 

Parece não existir maior Alegria do que a da noite de São João! Já tem tradição o dia e a noite, das fogueiras também!                        

Já se sabe que a Tauromaquia, tem o seu peso importante, apesar do Partido PAN, para a protecção dos Animais, estar atento e vigilante sobre tudo o que possa prejudicar os Animais. É um assunto deveras controverso, pois para os amantes da Festa Brava, essas regras que tendem a ser leis, vêm contrariar o que outrora nunca foi falado. O Touro, animal bem tratado pelos donos ganadeiros, desde a nascença, tem contudo por missão, contribuir para um divertimento dos admiradores da luta e coragem, de enfrentar um animal que pesa quatro ou cinco vezes mais que qualquer pessoa normal. É uma questão que tem sido tratada, até a uma questão de mentalização, mas que por enquanto não conseguiu que todos adiram e creio que está deveras longe disso. 

De todos os outros entretenimentos culturais, estará talvez o Festival de Música, com Fados e Canções, que sempre preenchem as saudades mórbidas do Emigrante, que sempre procura reviver o passado com vozes que, possivelmente nunca mais tinha escutado desde a sua partida para o estrangeiro. Até a Rádio, através de uma voz que se habituara a ouvir, lhe trazia à memória saudades de outros tempos. No regresso à terra-natal, quase todas as lembranças também voltam à tona, ainda que algumas esbatidas pelo tempo.

Uma das melhores lembranças, é sobretudo a noite com o Cortejo da Rainha, que com muita imaginação voltada para a História do passado, ainda nos consegue ressuscitar acontecimentos que a maioria dos habitantes da Ilha desconhece. 

Regressar ao passado 350 anos, mesmo que se tenha estudado algumas passagens da história, quando apenas tínhamos os 9 anos de idade, creio que é pedir demais, ainda mais àcerca de um período histórico de pouca pujança monárquica… Diria mesmo de tristeza, de desagrado e infelicidade. Seja como for, a culpa não foi dos Terceirenses. E Pelo menos o Monarca D. Afonso VI, nos 5 anos de cativeiro na nossa Ilha, não morreu lá e até consta que foi bem tratado, tendo sido transferido para o Palácio de Sintra, onde faleceu em 1683.

Gostei da imaginação, à volta dos carros alegóricos, as cores das roupas que vestiram os figurantes no desfile, que julgo, muito a propósito das cores da Ilha e da Natureza. 

À medida que o tempo passa, sempre aprendemos mais, a viver os momentos da História, do passado e do presente, e pensando que na vida nem tudo é como queremos e desejamos!
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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