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terça-feira, 2 de julho de 2019

Da escritora Graziela Veiga - AMOR MATERNAL


AMOR MATERNAL

Por vezes, temos a sensação de que as mães amam mais um filho do que o outro, ou que têm diferentes formas de amar cada filho, quando o senso comum determina que o amor pelos filhos é igual e incondicional. 

Normalmente, o que se passa é que cada filho desperta sentimentos diversos, chegou em momentos diferentes, como num momento de orgulho, realização pessoal e admiração, isto é, numa altura em que a mãe se encontrava realizada e feliz, mais ou menos a todos os níveis. 

Não é possível quantificar a forma de amar, no entanto, as mães têm de ter a percepção como tratam cada um dos seus filhos, bem como eles percepcionam as atitudes das mães. 

É perfeitamente legítimo e natural que as mães achem que um filho se aproxima mais da maneira de ser dela do que o outro, ou da maneira de ser do pai, por exemplo. Isso não deve ser interpretado de forma a que pensemos que a mãe ama mais um filho do que o outro, mas que os ama de formas diferentes, não com menos intensidade. 

A mãe nunca deve ser somente amiga, pois além de ser amiga, o seu papel principal é ser mãe. A mãe é aquela que orienta, que está disponível sempre que é solicitada e nem só, que demonstra afecto de modo igual para todos os filhos, mesmo para com aqueles que são mais difíceis, ou têm um comportamento mais delicado, ou complexo. Aliás, esses exigem um maior cuidado pela parte dos pais. 

Nunca esquecer que não há nada que afecte tanto uma criança como o sentimento de rejeição, é uma das emoções mais dolorosas da infância. 

É preciso que as mães tenham plena consciência de que não devem intensificar a afectividade somente com um dos filhos, essa atitude pode despoletar a rivalidade entre irmãos para o resto da vida. No entanto, a disputa entre irmãos é normal, desde que não seja fomentada pelos pais, neste caso pela mãe.

Nada mais natural do que os filhos procurarem a atenção nos seus progenitores, independentemente de serem filhos únicos. Todos nós precisamos dessa atenção, a fim de que cresçamos saudáveis, generosos, tolerantes e felizes. 

Cada filho deve sentir-se especial e único, por isso, completamente desaconselhável a comparação entre os irmãos, sempre que se reitera, pela parte dos pais, o trabalho ou o desempenho do irmão ser melhor ou mais bem conseguido do que o do outro. Acontece esta situação, na maioria dos casos em que as idades são diferentes e, por vezes, mesmo sem querer, poderá magoar muito uma criança, de forma a baixar-lhe a auto estima, o que vai contribuir para se tornar um adulto cheio de complexos. 

Os pais têm o dever de explicar que o amor não é finito, que é de somar e nunca dividir. Não é preciso tratar os filhos de maneira igual, mas tratá-los com justiça, de forma imparcial e consistente. 

Ter em linha de conta que os filhos não vieram ao Mundo para satisfazerem as expectativas dos pais ou preencherem as suas frustrações. 

Amor incondicional é a aceitação do filho como ele é, e não como gostaríamos que ele fosse. Quando as crianças se sentem verdadeiramente aceites, vêem o lar como um porto seguro onde sempre haverá um lugar somente seu no afecto dos pais.

26-06-2019
Graziela Rocha Veiga

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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